- A União Europeia e os Estados Unidos anunciaram um acordo comercial com tarifas de 15% sobre a maioria das exportações da UE para os EUA.
- O acordo foi alcançado após meses de negociações, superando a ameaça de tarifas de até 30% feita pelo ex-presidente Donald Trump.
- Críticas surgem sobre os impactos desiguais entre os países da UE, com a nova tarifa representando um aumento em relação à taxa média anterior de 4,8%.
- Setores como farmacêuticos e semicondutores serão afetados, mas a UE afirma que esses setores manterão a taxa de 0% até novas tarifas globais serem acordadas.
- A incerteza sobre os detalhes do acordo e as disparidades nas declarações entre os dois lados geram preocupações sobre o futuro das relações comerciais.
A União Europeia e os Estados Unidos anunciaram um acordo comercial que estabelece tarifas de 15% sobre a maioria das exportações da UE para os EUA. O entendimento foi alcançado após meses de negociações tensas, onde o ex-presidente Donald Trump havia ameaçado tarifas de até 30%. O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Trump, superando o prazo de 1º de agosto.
Embora muitos na Europa tenham respirado aliviados com a redução das tarifas, críticas surgem sobre os impactos desiguais entre os países da UE. A nova tarifa representa um aumento significativo em relação à taxa média anterior de 4,8%. O ministro das Finanças da Alemanha, Lars Klingbeil, expressou que, apesar de desejar um resultado diferente, a certeza trazida pelo acordo é um alívio.
Ainda há muitos detalhes a serem resolvidos. A Comissão Europeia destacou que o acordo não é legalmente vinculativo, mas sim um conjunto de compromissos políticos. O porta-voz de comércio da Comissão, Olof Gill, afirmou que as negociações continuarão para definir isenções específicas. O presidente francês, Emmanuel Macron, também enfatizou que este é apenas o início de um processo de negociação mais longo.
Os setores mais afetados incluem farmacêuticos e semicondutores, que, segundo a Casa Branca, estarão sujeitos à nova tarifa. No entanto, a UE afirma que esses setores permanecerão com a taxa de 0% até que novas tarifas globais sejam acordadas. Além disso, as tarifas sobre aço e alumínio continuarão em 50%, com a promessa de que um sistema de cotas será implementado após 1º de agosto.
As disparidades nas declarações dos dois lados são notáveis. Enquanto os EUA afirmam que a UE “comprará” grandes quantidades de produtos energéticos, a UE se limita a dizer que “pretende” fazê-lo. A falta de clareza sobre esses compromissos levanta preocupações sobre a viabilidade das promessas feitas.
Os impactos econômicos também são motivo de preocupação. Alemanha, Irlanda e Itália estão entre os países mais expostos. A indústria automobilística alemã, por exemplo, depende fortemente do mercado americano, representando 13% de suas exportações. A Irlanda, que exporta produtos farmacêuticos no valor de 50 bilhões de dólares anualmente, também enfrenta desafios. O Instituto Italiano de Estudos Políticos Internacionais prevê que a Itália pode sofrer uma queda de 0,2% em seu PIB devido às novas tarifas.
Com a pressão crescente sobre os negociadores europeus, o futuro das relações comerciais entre a UE e os EUA permanece incerto, e as próximas etapas das negociações serão cruciais para definir o impacto real do acordo.