- O chanceler da Alemanha, Johann Wadephul, afirmou que o país reagirá se Israel anexar a Cisjordânia.
- A declaração foi feita em 31 de outubro de 2023, antes de sua visita a Israel e à Palestina.
- Wadephul indicou que a Alemanha, junto a outros países europeus, pode reconhecer um Estado palestino sem negociações prévias.
- Ele destacou que o processo de paz está em uma “encruzilhada” e que negociações para uma solução de dois Estados devem começar imediatamente.
- A visita ocorre em meio a uma crise humanitária em Gaza, com mais de 60 mil palestinos mortos desde o início do conflito em outubro.
O chanceler alemão, Johann Wadephul, declarou que a Alemanha “será obrigada a responder” caso Israel prossiga com planos de anexação da Cisjordânia. A afirmação foi feita em 31 de outubro de 2023, antes de sua viagem a Israel e à Palestina, e representa um endurecimento na postura diplomática da Alemanha em relação ao governo de Benjamin Netanyahu.
Wadephul destacou que, junto a outros países europeus, a Alemanha está disposta a reconhecer um Estado palestino, mesmo sem negociações prévias, em resposta às ameaças de anexação. Essa declaração se alinha a um movimento crescente entre os membros do G7, após a França ter anunciado o reconhecimento do Estado palestino em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU. Reino Unido e Canadá também manifestaram apoio a essa medida.
O chanceler enfatizou que o processo de paz se encontra em uma “encruzilhada” e que a única saída diplomática viável é por meio de negociações que levem a uma solução de dois Estados. A coalizão de Netanyahu, composta por partidos ultranacionalistas, defende a reimplantação de assentamentos judaicos e o controle total da Faixa de Gaza, complicando ainda mais a situação.
Crise Humanitária em Gaza
A visita de Wadephul ocorre em meio a uma crescente crise humanitária em Gaza, onde relatos de mortes por fome e desnutrição se intensificam. O Ministério da Saúde local informou que mais de 60 mil palestinos perderam a vida desde o início da guerra em outubro, que começou após um ataque do Hamas, resultando em 1.200 mortes israelenses. Organizações internacionais têm denunciado as restrições à entrada de ajuda humanitária, aumentando a pressão sobre Israel.
A postura da Alemanha representa uma mudança significativa, considerando seu histórico de cautela em relação a Israel, frequentemente influenciada pelo legado do Holocausto. Ao adotar um tom mais firme, a Alemanha se aproxima da posição de outros países europeus que consideram o impasse atual insustentável e defendem ações concretas para reiniciar o processo de paz. Wadephul afirmou que “as discussões para uma solução de dois Estados devem começar agora”.