- O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia avança após mais de duas décadas de negociações.
- Recentemente, os blocos anunciaram progressos na implementação do tratado, que ainda enfrenta desafios burocráticos e resistência de agricultores europeus.
- O pacto é uma resposta ao aumento do protecionismo, especialmente após tarifas impostas pelos Estados Unidos.
- Estima-se que o acordo possa aumentar as exportações brasileiras em 6,7% na agricultura, 14,8% em serviços e 26,6% na indústria de transformação.
- O Brasil busca diversificar seus parceiros comerciais em meio a tarifas americanas, enquanto a Europa enfrenta suas próprias tensões geopolíticas e energéticas.
O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia avança após mais de duas décadas de negociações. Recentemente, os blocos anunciaram progressos na implementação do tratado, que ainda enfrenta desafios burocráticos e resistência de agricultores europeus.
O pacto surge como uma alternativa ao protecionismo crescente, especialmente após as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em dezembro do ano passado, Mercosul e UE formalizaram um compromisso de avançar na implementação do acordo, mas a assinatura oficial ainda não tem data definida. O tratado precisa ser ratificado pelos parlamentos dos 31 países envolvidos, um processo que pode ser complicado em tempos de polarização política.
Estima-se que o acordo possa gerar um aumento de 6,7% nas exportações brasileiras na agricultura, 14,8% nos serviços e 26,6% na indústria de transformação. O governo brasileiro projeta um crescimento de 0,34% no PIB até 2044, enquanto a Comissão Europeia prevê um incremento de 15 bilhões de euros no PIB do bloco europeu.
Entretanto, a oposição de agricultores, especialmente na França e na Irlanda, representa um obstáculo significativo. Eles temem a concorrência de produtos latino-americanos, que são vistos como mais baratos e com menos exigências ambientais. Apesar disso, analistas acreditam que a nova dinâmica global pode forçar uma reavaliação das posições europeias, especialmente diante da instabilidade no comércio internacional.
O Brasil, por sua vez, busca diversificar seus parceiros comerciais em resposta às tarifas americanas, que incluem uma taxa de 50% sobre produtos estratégicos, como café e carnes. O cenário atual destaca a urgência de fortalecer laços comerciais com a Europa, que enfrenta seus próprios desafios, como tensões geopolíticas e energéticas.