- As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a Europa aumentaram, levando empresas europeias a mudar suas estratégias financeiras.
- Muitas empresas estão optando por bancos locais em vez de instituições financeiras americanas, influenciadas pela retórica do presidente Donald Trump.
- Dados da Bloomberg mostram que, neste ano, cerca de cinquenta por cento das negociações de títulos em euros de empresas não americanas não envolveram os cinco maiores bancos dos Estados Unidos.
- Na Ásia, um terço das empresas planeja mudar seus bancos de transações nos próximos doze meses, com a participação dos bancos americanos no financiamento do comércio para empresas chinesas caindo de doze por cento em 2017 para cerca de sete por cento atualmente.
- O BNP Paribas tem ganhado participação de mercado na Ásia, refletindo a busca das empresas por diversificação de riscos em um cenário global em transformação.
À medida que as tensões comerciais entre os EUA e a Europa aumentam, as empresas europeias estão mudando suas estratégias financeiras. Com a retórica agressiva do presidente Donald Trump, muitas delas estão optando por bancos locais em vez de instituições financeiras americanas. Dados da Bloomberg indicam que, neste ano, cerca de 50% das negociações de títulos em euros de empresas não americanas não envolveram os cinco maiores bancos dos EUA, um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Mudança de Estratégia
Executivos de bancos europeus, como Arnaud Petit, do Edmond de Rothschild, afirmam que as empresas estão buscando consultoria em bancos locais para fusões e aquisições. Christian Sewing, CEO do Deutsche Bank, também observa um aumento nas solicitações de propostas de clientes que buscam alternativas aos bancos americanos. No caso dos títulos em libras esterlinas, a exclusão dos bancos de Wall Street aumentou de 47% para 64% neste ano.
O UBS Group, liderado por Sergio Ermotti, destaca que a capacidade dos bancos europeus de oferecer serviços competitivos está atraindo clientes. A mudança de preferências é evidente, com empresas como a seguradora Chubb, que recentemente emitiu um título offshore em yuan com o Standard Chartered, priorizando bancos regionais.
Impacto na Ásia
Na Ásia, a situação é ainda mais pronunciada. Ruchirangad Agarwal, da Coalition Greenwich, aponta que um terço das empresas asiáticas planeja mudar seus bancos de transações nos próximos 12 meses. A participação dos bancos americanos no financiamento do comércio para empresas chinesas caiu de 12% em 2017 para cerca de 7% atualmente.
Martin Smith, da East & Partners, prevê um aumento da incerteza e da rotatividade de clientes nos bancos dos EUA, à medida que as empresas adotam uma gestão de risco mais ativa. O BNP Paribas, por exemplo, tem ganhado participação de mercado na Ásia, refletindo as mudanças nas preferências bancárias. As empresas estão cada vez mais buscando diversificação de riscos, o que se torna uma estratégia evidente em um cenário global em transformação.