- A China enfrenta uma crise demográfica, com a taxa de fertilidade caindo para um filho por mulher em 2023.
- A política do filho único, implementada em 1979, contribuiu para essa queda acentuada.
- A renda média per capita é de US$ 6.224 nas áreas urbanas e de US$ 2.777 nas zonas rurais, gerando desigualdade econômica.
- A nova geração de pais, criada como filhos únicos, hesita em ter mais filhos devido à falta de experiência e pressão financeira.
- O governo tenta incentivar a natalidade, mas os resultados ainda são insatisfatórios, levantando preocupações sobre o futuro econômico e social do país.
A China enfrenta uma crise demográfica sem precedentes, com a taxa de fertilidade caindo para um filho por mulher em 2023. Essa queda acentuada, que se iniciou após a implementação da política do filho único em 1979, levanta preocupações sobre o futuro econômico e social do país.
Historicamente, a estrutura familiar na China foi fundamental para a ordem social, com filhos assumindo responsabilidades econômicas e cuidando de parentes mais velhos. No entanto, a transição para um modelo de trabalho que separou famílias e a política de planejamento familiar resultaram em um cenário onde as famílias se tornaram menores e menos numerosas. A taxa de fertilidade, que era de 7,51 filhos por mulher em 1963, despencou nas últimas décadas.
Os dados mais recentes revelam que a renda média per capita na China é de US$ 6.224 anualmente nas áreas urbanas, enquanto nas zonas rurais esse valor cai para US$ 2.777. Essa disparidade econômica, somada à escassez de oportunidades para os jovens, tem levado muitos a adiar ou desistir de ter filhos. A pressão financeira e a falta de suporte social são fatores que contribuem para essa tendência.
Desafios da Nova Geração
A nova geração de pais, que cresceu como filhos únicos, enfrenta um dilema psicológico. Muitos não têm experiência com famílias numerosas e, portanto, não valorizam a ideia de ter mais filhos. Essa situação gera um ciclo de dependência, onde uma população em envelhecimento depende de uma força de trabalho cada vez menor.
Além disso, a crescente pressão sobre os jovens para sustentar seus pais e avós, somada ao aumento do desemprego, intensifica a crise. Os parques infantis estão vazios, refletindo a falta de crianças brincando, enquanto os idosos ocupam os espaços públicos. Essa mudança demográfica pode resultar em um colapso social, com implicações diretas na economia e na política.
O governo chinês tem tentado reverter essa tendência com políticas de incentivo à natalidade, mas os resultados ainda são insatisfatórios. A questão central permanece: como uma sociedade que valoriza a família lidará com a realidade de um futuro com menos crianças e mais idosos? As respostas a essas perguntas são cruciais para o futuro da China.