- O Morgan Stanley rebaixou as ações da Cogna (COGN3) de overweight para underweight e elevou a recomendação da Ânima (ANIM3) de equal-weight para overweight.
- A mudança se deve às expectativas sobre a nova regulação do ensino superior no Brasil, que entrará em vigor em maio de 2025.
- A nova legislação impõe restrições a cursos totalmente online e aumenta a exigência de aulas presenciais, o que pode elevar custos e pressionar margens.
- O preço-alvo das ações da Cogna foi reduzido de R$ 3,50 para R$ 2,90, enquanto o da Ânima subiu de R$ 3,70 para R$ 5.
- O impacto no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) pode variar de 1% a 30% entre as empresas, com o segmento de enfermagem sendo o mais afetado.
O Morgan Stanley rebaixou as ações da Cogna (COGN3) de overweight para underweight e elevou a recomendação da Ânima (ANIM3) de equal-weight para overweight. Essa mudança reflete as expectativas em relação à nova regulação do ensino superior no Brasil, prevista para entrar em vigor em maio de 2025. O relatório do banco destaca que a nova legislação pode impactar significativamente o EBITDA das empresas, especialmente aquelas com forte exposição ao ensino a distância (EAD).
O preço-alvo para as ações da Cogna foi reduzido de R$ 3,50 para R$ 2,90, enquanto o de Ânima subiu de R$ 3,70 para R$ 5. A nova regulação impõe restrições a cursos totalmente online e aumenta a exigência de aulas presenciais, o que deve elevar os custos e pressionar as margens das companhias. O impacto no EBITDA pode variar de 1% a 30% entre as empresas do setor, com o segmento de enfermagem sendo o mais afetado, pois não poderá operar no formato EAD ou híbrido.
Para a Cogna, o Morgan Stanley projeta uma redução de cerca de 20% em seu EBITDA, especialmente devido à sua exposição a cursos de enfermagem a distância. A Vitru, também rebaixada para underweight, possui aproximadamente 80% de sua receita vinculada ao EAD, com um impacto estimado de 30% no EBITDA. Em contraste, a Ânima, que tem uma baixa participação de EAD, deve enfrentar um impacto inferior a 5%.
Análise do Setor
Empresas com foco maior no ensino presencial, como a Ser Educacional (SEER3), que mantém uma exposição moderada ao EAD, devem sentir um efeito entre 10% e 15% no EBITDA. O Morgan Stanley manteve a recomendação equal-weight para outras instituições, como Afya (AFYA), Yduqs (YDUQ3) e Cruzeiro do Sul (CSED3), destacando que o impacto regulatório será mais limitado devido à diversificação de seus portfólios.
A avaliação do banco indica que o mercado ainda não precificou adequadamente os riscos associados às mudanças regulatórias, especialmente considerando o prazo de transição de dois anos. As projeções de consenso para 2030 podem estar superestimadas, com estimativas de EBITDA, em média, 4% abaixo do que o mercado prevê.