Petróleo na Margem Equatorial é viável e impactos podem ser reduzidos, afirma estudo
Academia Brasileira de Ciências sugere exploração de petróleo na Margem Equatorial, mas críticos alertam para riscos ambientais e contradições na descarbonização

Imagem de satélite da região da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial da América do Sul (Foto: Landsat/Nasa)
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A Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgou um parecer sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Brasil, que não tomou uma posição clara contra a abertura de novos poços. O documento, elaborado por um grupo de trabalho, reconhece os riscos ambientais, mas sugere que a exploração deve ser considerada por questões sociais.
Os autores do relatório afirmam que a ambição de prospectar petróleo na região pode ser compatível com uma transição energética justa, desde que acompanhada de uma estratégia para controle das emissões de gases de efeito estufa. O texto destaca que a decisão sobre a exploração não deve ser analisada isoladamente, mas sim em um contexto global de enfrentamento das mudanças climáticas.
Embora o parecer mencione os potenciais impactos ambientais da perfuração em águas profundas, ele também sugere que esses efeitos podem ser minimizados com medidas de proteção adequadas. O químico Jailson de Andrade, coordenador do relatório, enfatiza que o Brasil desenvolveu tecnologias de exploração seguras e que a dinâmica oceânica da região poderia dispersar eventuais vazamentos antes de alcançarem a costa.
Críticos do relatório, como Suely Araújo, ex-presidente do Ibama, apontam que o documento falha em analisar a real necessidade de expansão da exploração de petróleo, considerando que o Brasil já é um grande produtor e exportador. Araújo alerta que a exploração de novas fronteiras pode ser prejudicial à agenda de descarbonização do país.
Além disso, o cientista Carlos Nobre critica a ideia de que a exploração de novos poços pode ser justificada dentro de uma política de transição energética. Ele ressalta que a ampliação da exploração de combustíveis fósseis contraria os objetivos globais de redução de emissões até 2050. O relatório da ABC, embora informativo, não aborda questões de mercado relacionadas ao consumo do petróleo produzido na Margem Equatorial.
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