China prioriza soja brasileira e EUA enfrentam perdas bilionárias em vendas
Exportadores de soja dos EUA correm risco de perdas bilionárias, enquanto a China garante grandes volumes da América do Sul para os próximos meses

Colheita de soja em Lagoa dos Três Cantos, no Rio Grande do Sul (Foto: REUTERS/Diego Vara)
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CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) – Exportadores de soja dos Estados Unidos enfrentam a possibilidade de perdas bilionárias em vendas para a China neste ano, à medida que as negociações comerciais se arrastam. A China, principal importador de oleaginosas, já garantiu cargas significativas de soja brasileira para setembro e outubro, conforme informações de traders.
Os importadores chineses reservaram cerca de 8 milhões de toneladas de soja para setembro, todas provenientes da América do Sul. Para outubro, as compras já somam aproximadamente 4 milhões de toneladas, representando metade da demanda esperada. Wang Wenshen, analista da Sublime China Information, destacou que essas aquisições refletem um esforço do setor para acumular estoques antes de possíveis riscos de fornecimento no quarto trimestre.
Historicamente, a maioria das compras de soja dos EUA ocorre entre setembro e janeiro, antes que os suprimentos brasileiros dominem o mercado. No ano passado, a China importou cerca de 7 milhões de toneladas de soja dos EUA durante esses meses. A ausência prolongada de compras chinesas pode pressionar os preços futuros da soja em Chicago, que já estão próximos das mínimas de cinco anos.
Tensão Comercial
As tensões comerciais entre os EUA e a China continuam a impactar as negociações. Recentemente, Donald Trump pediu à China que quadruplicasse suas compras de soja, uma meta considerada inviável por analistas. A tarifa de 23% sobre as importações de soja dos EUA torna os produtos americanos menos competitivos.
Embora a prorrogação da trégua tarifária por 90 dias tenha sido anunciada, traders afirmam que isso não deve estimular as compras, dado o cenário tarifário atual. Johnny Xiang, fundador da AgRadar Consulting, sugere que um acordo entre os países poderia reverter essa tendência, permitindo que a China retome as compras de soja dos EUA.
Atualmente, a soja americana para embarque em outubro é cerca de US$ 40 por tonelada mais barata do que a soja brasileira. A China, que intensificou suas importações, possui estoques elevados, o que pode influenciar ainda mais o mercado global de soja.
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