- O mercado de trabalho passou por mudanças significativas nos últimos anos, com a “grande demissão” em 2021 e 2022.
- Atualmente, os trabalhadores estão adotando o fenômeno conhecido como “job hugging”, mantendo seus empregos devido à estagnação do mercado.
- A taxa de demissões voluntárias está em níveis baixos, semelhantes aos de 2016, exceto durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19.
- A desaceleração do crescimento de empregos é impulsionada pelo aumento das taxas de juros, resultando em menos contratações.
- O “job hugging” pode limitar o crescimento salarial e o desenvolvimento de habilidades dos trabalhadores, afetando também novos entrantes no mercado.
Nos últimos anos, o mercado de trabalho passou por transformações significativas. Após a chamada “grande demissão”, que caracterizou 2021 e 2022, os trabalhadores agora estão se engajando em um fenômeno conhecido como “job hugging”, ou seja, segurando seus empregos com firmeza. Essa mudança reflete a atual estagnação do mercado, onde as taxas de demissão estão em níveis baixos, evidenciando incertezas econômicas.
A consultoria Korn Ferry descreve o “job hugging” como uma resposta natural à falta de movimentação no mercado. Laura Ullrich, diretora de pesquisa econômica da Indeed Hiring Lab, destaca que a taxa de demissões voluntárias permanece em níveis baixos, comparáveis aos de 2016, exceto durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19. Essa situação sugere que muitos trabalhadores estão receosos de buscar novas oportunidades.
Fatores Econômicos
A atual desaceleração do crescimento de empregos é um reflexo de um ambiente econômico mais desafiador. O aumento das taxas de juros tem dificultado a expansão das empresas, resultando em uma queda nas contratações. Dados recentes mostram que o ritmo de crescimento de empregos atingiu o menor nível em mais de uma década, excluindo o período inicial da pandemia. Além disso, uma pesquisa da Conference Board revelou que mais CEOs planejam reduzir suas equipes nos próximos 12 meses do que aqueles que pretendem expandi-las.
Embora permanecer em um emprego por longos períodos não seja necessariamente negativo, o “job hugging” pode trazer riscos. Profissionais que se acomodam podem perder oportunidades de crescimento salarial, uma vez que aqueles que mudam de emprego geralmente conseguem aumentos maiores. Matt Bohn, consultor da Korn Ferry, alerta que a falta de movimento pode impactar a capacidade de mercado e o desenvolvimento de habilidades dos trabalhadores.
Impacto no Mercado de Trabalho
A estagnação do mercado de trabalho também afeta novos entrantes, como graduados, que enfrentam dificuldades para encontrar vagas. A falta de movimentação pode criar um ciclo vicioso, onde a incerteza econômica impede a entrada de novos talentos. Assim, o fenômeno do “job hugging” não apenas reflete a situação atual, mas também molda o futuro do mercado de trabalho, exigindo atenção tanto de empregadores quanto de empregados.