- As primas de risco de Espanha e Itália estão em níveis baixos, com a espanhola a 56 pontos e a italiana a 80 pontos.
- Essa redução reflete um crescimento econômico estável e a intervenção do Banco Central Europeu (BCE) para conter a especulação.
- Durante a crise de dívida de 2010 a 2012, a prima de risco espanhola chegou a 640 pontos e a italiana a 550 pontos.
- O BCE implementou o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI) para agir contra aumentos injustificados nas primas de risco.
- Apesar da melhora, a dívida da Itália está em 129% do PIB e a da França em 112%, com um déficit público de 5,8%.
As primas de risco, que antes atormentavam países do sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia, estão agora em níveis historicamente baixos. A espanhola está em 56 pontos e a italiana em 80, refletindo um crescimento econômico estável e a intervenção do Banco Central Europeu (BCE) para conter a especulação.
Durante a crise de dívida de 2010 a 2012, as primas de risco dispararam, levando a severas políticas de austeridade. A espanhola chegou a 640 pontos em 2012, enquanto a italiana atingiu 550 pontos. Após um longo processo de recuperação, a situação atual é bem diferente. O BCE implementou o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI), que permite agir rapidamente contra aumentos injustificados nas primas de risco.
O cenário atual é marcado por um crescimento econômico robusto, especialmente em Portugal e Espanha, onde a dívida pública, embora crescente, representa 103,4% do PIB, uma leve queda em relação ao ano anterior. O FMI projeta que a Espanha será a economia desenvolvida com maior crescimento em 2023, estimando um aumento de 2,5%.
Análise do Cenário
Apesar da melhora, a disciplina fiscal ainda é um desafio. A dívida da Itália está em 129% do PIB, enquanto a da França é de 112%, com um déficit público de 5,8%. Especialistas como Roberto Scholtes, do Singular Bank, afirmam que a redução das primas de risco não se deve apenas a melhorias fiscais, mas também ao aumento das rentabilidades dos títulos alemães.
A decisão da Alemanha de aumentar seu gasto orçamentário e a flexibilização das regras fiscais da UE para investimentos em defesa e infraestrutura também contribuíram para a compressão das primas de risco. Com exceção da França, os indicadores de dívida e déficit da zona do euro mostram uma situação fiscal mais ordenada em comparação com os Estados Unidos e o Reino Unido.
Os analistas alertam que, embora os riscos extremos tenham diminuído, as primas de risco podem subir novamente. O BCE já começou a reduzir seu balanço, o que pode impactar o mercado de dívida. A expectativa é que a prima de risco espanhola não ultrapasse 70 pontos neste ano, sinalizando uma nova fase de estabilidade na economia da zona do euro.