- As exportações brasileiras de vestuário, especialmente moda praia, enfrentam dificuldades em 2024 devido ao novo “tarifaço” dos Estados Unidos.
- As vendas para o mercado americano, que representam 40% das exportações do setor, totalizaram apenas US$ 4,1 milhões.
- O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, afirmou que o impacto é negativo para produtores e consumidores.
- Marcas como Emi Rio já estão mudando suas estratégias, focando em vendas no atacado nacional e no mercado europeu.
- A designer Luciana Junqueira, da Nau, destacou a importância de linhas de crédito específicas para o setor diante do tarifaço.
As exportações brasileiras de vestuário, especialmente de moda praia, enfrentam um cenário desafiador em 2024 devido ao novo “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos. As vendas para o mercado americano, que representam 40% das exportações do setor, totalizaram apenas US$ 4,1 milhões neste ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
O diretor superintendente da Abit, Fernando Valente Pimentel, destaca que o impacto é extremamente negativo, dificultando a absorção tanto por produtores brasileiros quanto por consumidores americanos. Ele afirma que essa situação pode levar as marcas a buscar novos mercados e alternativas de produção. “Estamos agendando encontros com empresas americanas para discutir a injustiça dessa taxação”, complementa Pimentel.
A jornalista e consultora de conteúdo Maria Prata expressa sua preocupação, afirmando que a competitividade do biquíni brasileiro, reconhecido por seu design, pode ser comprometida pelo aumento de preços. Telma Azevedo, diretora de estilo da grife Lenny Niemeyer, sugere que as marcas devem priorizar a negociação com clientes de longa data nos EUA, enquanto exploram novos mercados na Ásia e América Latina.
Novas Estratégias
Marcas como a Emi Rio, fundada por Anna Luiza Vasconcellos, já estão adaptando suas estratégias. “Vamos aumentar as vendas do atacado nacional e focar no mercado europeu com nosso site internacional,” afirma Anna Luiza, que reside em Nova York. Jorge Luiz de Vasconcellos, responsável pela parte administrativa da marca, ressalta que os altos impostos internos também afetam a competitividade do Brasil no exterior.
Luciana Junqueira, da Nau, foi pega de surpresa com o tarifaço, mas decidiu manter seus compromissos com grandes lojas multimarcas nos EUA. “Esse contexto reforça a importância de linhas de crédito específicas para o setor,” diz. A designer acredita que o biquíni brasileiro, valorizado por sua qualidade e originalidade, ainda tem potencial no mercado internacional.