- Em 2024, os juros pagos por famílias e empresas no Brasil atingiram R$ 1,148 trilhão, um aumento de 17% em relação a 2023.
- As famílias foram as mais impactadas, com R$ 859,9 bilhões em juros, um crescimento de 20%.
- A renda das famílias cresceu apenas 3,2%, aumentando a pressão econômica.
- As empresas pagaram R$ 287,9 bilhões em juros, um aumento de 7,8%.
- O volume de crédito para famílias e empresas cresceu, mas a dependência do crédito revela fragilidades no sistema econômico.
O volume de juros pagos por famílias e empresas no Brasil atingiu R$ 1,148 trilhão em 2024, marcando um aumento de 17% em relação a 2023, conforme estudo da FecomercioSP. As famílias foram as mais afetadas, com R$ 859,9 bilhões destinados ao pagamento de juros, um crescimento de 20% em comparação ao ano anterior. Em contrapartida, a renda das famílias cresceu apenas 3,2%, evidenciando uma pressão econômica crescente.
As empresas também enfrentaram desafios, com o pagamento de juros alcançando R$ 287,9 bilhões, um aumento de 7,8% em relação a 2023. Esses dados refletem a dificuldade que tanto famílias quanto empresas enfrentam, comprometendo o consumo e os investimentos no país. A alta carga tributária, somada aos elevados custos financeiros, impede a inovação e a geração de empregos, criando um cenário de estagnação econômica.
Dependência do Crédito
Apesar dos juros altos, o crédito continua a se expandir. O volume de recursos disponibilizados às famílias cresceu 7,4%, totalizando R$ 2,22 trilhões, enquanto para as empresas, o aumento foi de 4,4%, chegando a R$ 1,64 trilhão. Essa dependência do crédito para financiar o consumo revela uma fragilidade no sistema econômico, especialmente em um momento de possível desaceleração.
A concentração de renda no setor financeiro agrava o desequilíbrio estrutural, corroendo a capacidade de compra e sufocando a competitividade produtiva. Sem um ajuste fiscal eficaz e uma coordenação entre as políticas monetária e fiscal, o Brasil pode permanecer com juros reais entre 7% e 8% por um período prolongado. Recolocar o investimento e o consumo no centro da agenda econômica é crucial para romper esse ciclo e restaurar as bases do desenvolvimento.