- O mercado de arte, avaliado em US$ 1,7 trilhões, enfrenta resistência à adoção de tecnologias como a inteligência artificial (IA).
- Apenas 3,4% das obras são negociadas anualmente, o que limita a liquidez do setor.
- A implementação de IA pode otimizar processos logísticos e administrativos, aumentando a porcentagem de obras negociadas para 4,4%, gerando um impacto adicional de US$ 17 bilhões.
- A modernização é necessária para atrair novos compradores, especialmente os mais jovens, que preferem transações digitais.
- A falta de infraestrutura digital e profissionais qualificados é um desafio para a adoção da IA no setor.
O mercado de arte enfrenta um momento crítico, marcado pela resistência à adoção de tecnologias como a inteligência artificial (IA). Enquanto setores como finanças e varejo abraçam a IA para melhorar operações e experiências do cliente, o mundo da arte a vê como uma ameaça. Essa postura conservadora é preocupante, especialmente em um cenário onde o mercado de arte, avaliado em US$ 1,7 trilhões, apresenta apenas 3,4% de obras negociadas anualmente.
A IA tem o potencial de transformar a dinâmica do mercado, otimizando processos logísticos e administrativos. Com a implementação de ferramentas como algoritmos de cotação e avaliações dinâmicas, é possível aumentar a liquidez do mercado. Se a porcentagem de obras negociadas subir para 4,4%, isso poderia gerar um impacto de US$ 17 bilhões em atividade adicional, beneficiando artistas, galerias e outros profissionais do setor.
Oportunidades de Modernização
Os processos antiquados, que ainda dependem de certificados impressos e planilhas, dificultam a entrada de novos compradores, especialmente os mais jovens, que preferem transações rápidas e digitais. A IA pode simplificar essas operações, tornando-as mais eficientes e acessíveis. Por exemplo, a Convelio lançou um agente de IA que permite obter cotações de envio de forma intuitiva, similar a um assistente virtual.
Além disso, a integração de dados por meio da IA pode proporcionar uma visão mais clara sobre tendências de preços e comportamento dos colecionadores. Isso não apenas moderniza o mercado, mas também democratiza o acesso à informação, ajudando a construir um ambiente de confiança e transparência.
Desafios e Necessidades
Entretanto, a adoção da IA no mercado de arte depende de liderança visionária e da disposição para investir em infraestrutura digital. Muitas galerias e casas de leilão ainda operam com sistemas desatualizados, o que limita sua capacidade de competir em um mundo cada vez mais digital. A falta de profissionais com expertise em tecnologia também é um obstáculo significativo.
A interoperabilidade entre plataformas é crucial para garantir uma experiência de compra fluida. A implementação de APIs abertas pode facilitar a comunicação entre galerias, seguradoras e empresas de transporte, criando um ecossistema mais integrado. Essa modernização não diminui o valor cultural da arte, mas sim o fortalece, alinhando-o com as expectativas contemporâneas de eficiência e transparência.
Com a IA, o mercado de arte pode não apenas se modernizar, mas também se reinventar, atraindo uma nova geração de colecionadores e investidores. A transformação silenciosa nas operações pode ser a chave para um futuro mais próspero e acessível para todos os envolvidos.