- A família Coelho Diniz se tornou a maior acionista do Grupo Pão de Açúcar, com 24,6% das ações.
- A participação supera o grupo francês Casino, que possui 22,5%.
- Os Coelho Diniz buscam influenciar a governança da empresa, que registrou um prejuízo de R$ 737 milhões no último ano.
- A família, com histórico no varejo desde os anos 1960, iniciou com o Armazém Diniz e atualmente opera o Supermercado Coelho Diniz, com 22 unidades em Minas Gerais.
- A nova participação acionária permite que solicitem mudanças no conselho de administração do GPA, apesar de uma cláusula de “poison pill” que limita aquisições acima de 25%.
A família Coelho Diniz, com uma trajetória no varejo de alimentos desde os anos 1960, tornou-se a maior acionista do Grupo Pão de Açúcar (GPA), detendo 24,6% das ações. O anúncio foi feito no último domingo, superando o grupo francês Casino, que possui 22,5%. Essa nova participação permite aos Coelho Diniz influenciar a governança da empresa, que enfrenta desafios financeiros, incluindo um prejuízo de R$ 737 milhões no último ano.
Os Coelho Diniz, originários de Governador Valadares, em Minas Gerais, são conhecidos por sua discrição em relação a informações financeiras. A família começou sua jornada no varejo com o Armazém Diniz e, em 1992, fundou o Supermercado Coelho Diniz, que atualmente conta com 22 unidades em várias cidades mineiras. Embora a rede tenha um faturamento estimado em R$ 3 bilhões, a empresa não confirma esses números, preferindo manter sigilo sobre suas finanças.
Mudanças na Governança
Com a ampliação de sua participação no GPA, os Coelho Diniz solicitaram uma reformulação no conselho de administração. Gustavo Bertotti, analista da Fami Capital, vê a entrada da família como um movimento positivo, dada sua experiência no varejo. No entanto, ele alerta para os desafios financeiros que o GPA ainda enfrenta, como um capital de giro comprometido e altas despesas financeiras.
A estratégia dos Coelho Diniz é vista como um exemplo de ativismo acionário, buscando não apenas retorno financeiro, mas também uma participação ativa na gestão da empresa. Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital, destaca que a família pode contribuir significativamente para a execução das operações do GPA, trazendo sua expertise para o dia a dia da companhia.
Desafios e Oportunidades
Apesar do aumento na participação acionária, os Coelho Diniz enfrentam limitações para expandir ainda mais seu poder no GPA. O estatuto da empresa inclui uma cláusula de poison pill, que exige uma oferta pública de aquisição caso um acionista ultrapasse 25% do capital votante. Essa medida pode restringir futuras aquisições, pelo menos no curto prazo.
A história da família Coelho Diniz é marcada por um forte envolvimento político. Hercílio Coelho Diniz, que liderou a empresa por décadas, também é deputado federal. Recentemente, ele enfrentou controvérsias que resultaram em sua destituição do quadro societário da holding que controla o Coelho Diniz. A nova liderança, sob Alex Sandro Coelho Diniz, também está atenta às oportunidades políticas, sendo cogitado para uma candidatura a vice-governador.
Com essa nova fase, a família Coelho Diniz se posiciona como um player relevante no varejo brasileiro, buscando moldar o futuro do GPA em um cenário desafiador.