- As exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 18,5% em agosto devido a tarifas impostas por Donald Trump.
- Apesar disso, o Brasil registrou um superávit na balança comercial de US$ 6,1 bilhões, 36% superior ao ano anterior.
- A Comissão Europeia aprovou um acordo comercial com o Mercosul, que pode ser assinado em dezembro, visando criar uma zona de livre-comércio.
- O tratado, discutido por mais de 20 anos, conta com o apoio de pelo menos 15 dos 27 países da União Europeia, representando 65% da população do bloco.
- A União Europeia deve negociar salvaguardas para produtos do Mercosul, enquanto o governo brasileiro rejeita alterações fora do acordo previamente estabelecido.
As exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma queda de 18,5% em agosto, refletindo os impactos das tarifas impostas por Donald Trump. Apesar de um superávit na balança comercial de US$ 6,1 bilhões, 36% superior ao ano anterior, a situação reforça a urgência de diversificação de mercados.
Recentemente, a Comissão Europeia aprovou o acordo comercial com o Mercosul, que poderá ser assinado em dezembro, durante a cúpula de presidentes do bloco em Brasília. A expectativa é que o tratado, que visa criar uma zona de livre-comércio, receba o apoio de pelo menos 15 dos 27 países da UE, abrangendo 65% da população do bloco.
A proposta de livre-comércio entre a Europa e a América do Sul já era discutida há mais de 20 anos, mas interesses protecionistas, especialmente da França, atrasaram o avanço das negociações. Com a guerra tarifária de Trump, a necessidade de alternativas comerciais se tornou mais evidente. Países como Alemanha, Espanha e Holanda têm defendido a abertura de mercados com o Mercosul, enquanto o agronegócio europeu expressa preocupações sobre a competição.
Para atender a essas demandas, a UE deve negociar salvaguardas, incluindo a possibilidade de suspender a redução de tarifas para produtos do Mercosul por dois anos. O governo brasileiro, embora tenha recebido a proposta de forma positiva, reafirmou que qualquer alteração fora do acordo previamente estabelecido será rejeitada.
Bernd Lange, presidente da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, destacou que a desconfiança em relação a Trump cresce a cada dia. Ele considera o recente acordo entre a UE e os Estados Unidos como irreal, dado que os europeus fizeram concessões significativas para manter tarifas em 15%. Diante desse cenário, a expectativa é que o acordo com o Mercosul se torne um “maravilhoso presente de Natal para o mundo”, segundo Lange.