- Os preços dos alimentos no Brasil caíram 0,91% nos últimos três meses, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Essa é a primeira queda consecutiva em três meses desde 2023, impulsionada pela melhora na oferta e pela valorização do real frente ao dólar.
- O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, aponta que a recuperação da produção agrícola após fenômenos climáticos como El Niño e La Niña contribuiu para essa situação.
- O preço do café, que ainda acumula alta de 60% em 12 meses, teve uma queda recente, refletindo uma colheita satisfatória.
- Economistas projetam que a deflação continue em setembro, mas alertam para uma possível reversão em outubro devido ao aumento da demanda nas festividades de fim de ano.
Os preços dos alimentos no Brasil apresentam uma tendência de queda, com um recuo de 0,91% nos últimos três meses, segundo dados do IBGE. Essa é a primeira vez desde 2023 que os preços caem por três meses consecutivos, refletindo uma melhora na oferta e a valorização do real frente ao dólar.
A situação atual é resultado de uma combinação de fatores. Após meses de escassez, a oferta de alimentos se recuperou, enquanto os preços das commodities agrícolas diminuíram. O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, destaca que o Brasil enfrentou fenômenos climáticos adversos, como El Niño e La Niña, que impactaram a produção no ano passado. Em 2025, a ausência desses fenômenos contribuiu para uma safra mais abundante.
O café, por exemplo, teve uma queda de preço após um período de alta que durou mais de um ano. Apesar de ainda acumular um aumento de 60% em 12 meses, a alta é inferior ao pico de 82% registrado em maio. O analista do IBGE, Fernando Gonçalves, aponta que a colheita de café foi satisfatória, refletindo-se nos preços ao consumidor.
Expectativas Futuras
Economistas projetam que a deflação continue em setembro, com a possibilidade de queda nos preços dos alimentos pelo quarto mês consecutivo. Contudo, essa tendência pode ser revertida em outubro, quando a demanda tende a aumentar devido às festividades de fim de ano. Leal prevê uma leve alta de 0,5% nos preços do café em outubro, após uma queda de cerca de 1% em setembro.
Além do café, outros alimentos como tomate, cebola e batata-inglesa também registraram quedas significativas em agosto, com recuos de 13,39%, 8,69% e 8,59%, respectivamente. A oferta sazonal e a recuperação da produção são fatores que influenciam esses preços. No entanto, a pressão sobre os preços pode aumentar no final do ano, conforme a demanda das famílias cresce.