- O livro “Coisa de rico”, do antropólogo Michel Alcofarado, foi lançado junto com a volta da série “Vale Tudo” à TV.
- Alcofarado analisa personagens do remake, como Tia Celina e Odete Roitman, e a representação da elite brasileira na cultura popular.
- Tia Celina, interpretada por Malu Galli, busca distinção nas classes populares, enquanto Afonso, vivido por Humberto Carrão, é um bon-vivant.
- Heleninha, interpretada por Paolla Oliveira, simboliza os excessos da elite, e Fátima, interpretada por Bella Campos, é uma nova-rica em busca de aceitação social.
- Alcofarado destaca a identificação do público com Odete Roitman, que critica a elite, e observa a negação da riqueza entre os mais abastados.
O lançamento do livro “Coisa de rico”, do antropólogo Michel Alcofarado, coincide com a volta da série “Vale Tudo” à TV, gerando discussões sobre a representação da elite brasileira. Alcofarado analisa personagens do remake, como Tia Celina e Odete Roitman, e como a elite é refletida na cultura popular.
Em suas observações, Alcofarado destaca que Tia Celina, interpretada por Malu Galli, representa o rico que busca distinção nas classes populares, valorizando arte e marcas nacionais. Afonso, vivido por Humberto Carrão, é o bon-vivant que se destaca em diversas áreas. Já Heleninha, interpretada por Paolla Oliveira, simboliza o desvio da elite, entregando-se a prazeres e vícios. Por outro lado, Fátima, interpretada por Bella Campos, é a nova-rica em busca de aprender os códigos sociais da elite.
Reflexão sobre Odete Roitman
A figura de Odete Roitman é considerada a representação máxima da elite tradicional. Alcofarado afirma que o fascínio por ela se deve à identificação que o público sente. Quando Odete menciona que o aeroporto se tornou uma rodoviária, é como se todos se reconhecessem nessa crítica social. O antropólogo ressalta que a régua da distinção no Brasil é compartilhada por todos, não apenas pela elite.
Alcofarado, conhecido como o “antropólogo do luxo”, passou meses tentando ser recebido pelo 0,01% mais abastado da população. Ele aprendeu que, mesmo entre os mais ricos, existe uma negação da riqueza, apesar de hábitos como pagar R$ 90 mil por um terno de emergência e manter empregadas à disposição. Essa complexidade na percepção da elite é um dos pontos centrais de sua análise.