- A incidência de greening, doença que afeta a citricultura, chegou a 47,6% em 2025, com um aumento de 7,4% em relação a 2024.
- A população de psilídeos, que transmitem a doença, caiu 41%, mas ainda está acima dos níveis de 2020.
- As regiões mais afetadas incluem Limeira (79,9%), Porto Ferreira (70,6%) e Avaré (69,2%).
- Estima-se que cerca de 100 milhões de árvores estejam infectadas no cinturão citrícola, que possui um total de 209 milhões de árvores.
- A situação é preocupante, pois a doença impacta a produção de laranjas em 129 países, tornando o Brasil crucial para o abastecimento global de suco de laranja.
O greening, doença causada por bactérias transmitidas pelo psilídeo asiático dos citros, continua a impactar severamente a citricultura no Brasil. Dados do Fundecitrus revelam que a incidência da doença atingiu 47,6% do cinturão cítrico de São Paulo e Minas Gerais em 2025, um aumento de 7,4% em relação a 2024. Apesar do crescimento, o ritmo de aumento desacelerou, marcando uma mudança em comparação aos anos anteriores.
A população de psilídeos, responsável pela disseminação da doença, caiu 41% em 2024 devido a medidas de controle, como rotação de inseticidas e aplicação de caulim. Contudo, os níveis atuais ainda são quatro a nove vezes superiores aos registrados antes de 2020. A maior incidência de greening é observada em pomares com mais de 10 anos, onde 58,43% das árvores estão contaminadas.
Áreas mais afetadas
As regiões mais impactadas em 2025 incluem Limeira (79,9%), Porto Ferreira (70,6%) e Avaré (69,2%). Em contrapartida, Votuporanga (3,1%) e o Triângulo Mineiro (0,3%) apresentam as menores taxas de incidência. O manejo da doença deve ser ajustado conforme a incidência regional. Em áreas com alta contaminação, é crucial manter o controle rigoroso dos psilídeos, enquanto em regiões com baixa incidência, a erradicação imediata das plantas doentes é essencial.
A progressão do greening está ligada a fatores como a alta presença de plantas doentes e as temperaturas amenas previstas para o segundo semestre de 2025, que favorecem a multiplicação da bactéria. Estima-se que cerca de 100 milhões de árvores, de um total de 209 milhões no cinturão citrícola, estejam infectadas, o que representa um desafio significativo para a citricultura nacional e global.
A situação é alarmante, pois a doença não afeta apenas o Brasil, mas também impacta a produção em 129 países, levantando preocupações sobre o futuro da citricultura mundial. Com a produção de laranjas em queda, o Brasil se torna cada vez mais vital para o abastecimento global de suco de laranja, especialmente em um cenário onde a Flórida, nos Estados Unidos, viu sua produção despencar nas últimas duas décadas.