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Fitch alerta que Brasil deve reduzir dívida para alcançar grau de investimento

Fitch Ratings alerta que Brasil precisa de reformas fiscais para estabilizar a dívida e retomar o grau de investimento perdido em 2015

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Retrato de Shelly Shetty, diretora administrativa e chefe de títulos soberanos da Ásia e Américas na Fitch Ratings (Foto: Reprodução)
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  • A diretora de riscos soberanos da Fitch Ratings, Shelly Shetty, afirmou que a melhora na nota de crédito do Brasil não está próxima.
  • Ela destacou a necessidade de consolidação fiscal e reformas para estabilizar a dívida e promover o crescimento econômico.
  • Apesar de uma projeção de crescimento de 2,5% para este ano e queda na taxa de desemprego, o Brasil mantém nota BB, dois níveis abaixo do grau de investimento.
  • A dívida do país deve alcançar 79,3% do PIB em 2025, em comparação aos 56% de 2008, quando o Brasil obteve o selo de bom pagador.
  • Shelly ressaltou que o governo deve cumprir a meta de déficit primário, mas enfrenta desafios fiscais e um ano eleitoral em 2026.

Brasil ainda distante de recuperar grau de investimento, afirma Fitch Ratings

A diretora de riscos soberanos da Fitch Ratings, Shelly Shetty, declarou que a melhora na nota de crédito do Brasil não está próxima. Durante sua visita ao país, ela destacou a necessidade de consolidação fiscal e reformas para estabilizar a dívida e fomentar o crescimento econômico.

Apesar de um crescimento econômico acima do esperado, com 2,5% projetados para este ano, e uma taxa de desemprego em queda, o Brasil permanece com nota BB e perspectiva estável, dois níveis abaixo do grau de investimento. Desde que perdeu esse selo em 2015, o país enfrenta um déficit fiscal elevado e um cenário de crescimento mais fraco em comparação a anos anteriores.

Shelly comparou a situação atual com a de 2008, quando o Brasil obteve o selo de bom pagador. Naquela época, o crescimento do PIB foi de 4,8%, enquanto a expectativa para 2025 é de que a dívida alcance 79,3% do PIB, um aumento significativo em relação aos 56% registrados em 2008. A analista enfatizou que, em média, países levam seis anos para recuperar o grau de investimento perdido, mas no caso do Brasil, já se passaram dez anos.

Desafios fiscais e eleitorais

A economista ressaltou que o governo deve cumprir a meta de déficit primário este ano, mas enfrenta desafios como previsões de crescimento mais baixas e receitas que dependem de medidas no Congresso. Além disso, 2026 será um ano eleitoral, o que pode complicar ainda mais a situação fiscal.

Shelly também apontou que o Brasil precisa promover cortes de gastos e aumentar a arrecadação para gerar um superávit primário de 2% a 3% do PIB, essencial para estabilizar a dívida. Em contraste, o México, que possui grau de investimento, mantém uma dívida em torno de 45-60% do PIB, demonstrando uma capacidade de controle fiscal ao longo do tempo.

Expectativas de inflação e política monetária

A diretora da Fitch observou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil não devem impactar significativamente a economia, dada a baixa exposição do país a essas exportações. Além disso, destacou a resiliência do Brasil em absorver choques econômicos, graças a suas grandes reservas internacionais e ao regime cambial flexível.

Shelly elogiou a determinação do Banco Central brasileiro em perseguir a meta inflacionária, mesmo com o IPCA acumulando alta de 5,13% nos últimos doze meses, acima do teto da meta de 4,5%. Ela defendeu a independência dos bancos centrais para garantir a estabilidade macroeconômica e a importância de manter a inflação sob controle.

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