- A Motiva, anteriormente CCR, enfrenta escassez de engenheiros na construção civil, situação que se agravou desde 2019.
- O CEO da divisão de rodovias, Eduardo Camargo, observa que a falta de profissionais é notada há cerca de 18 meses, levando a empresa a buscar mão de obra em outros estados.
- O número de formandos em engenharia caiu de aproximadamente 128,9 mil em 2018 para pouco mais de 93 mil em 2023, segundo o Instituto Semesp.
- Para enfrentar a crise, a Motiva retoma seu programa de trainee, oferecendo 23 vagas em cidades como São Paulo e Londrina, com duração de 12 meses.
- A empresa planeja contratar mais 120 engenheiros até o final do ano, totalizando cerca de mil profissionais para atender a projetos bilionários.
A Motiva, anteriormente conhecida como CCR, enfrenta uma grave escassez de engenheiros e mão de obra na construção civil, situação que se intensifica desde 2019. O CEO da divisão de rodovias, Eduardo Camargo, destaca que a falta de profissionais é notada há cerca de 18 meses, levando a empresa a buscar mão de obra em outros estados para suas obras, como na ViaSul, no Rio Grande do Sul.
A queda no número de formandos em engenharia é alarmante. Dados do Instituto Semesp mostram que o Brasil teve cerca de 128,9 mil concluintes em 2018, número que caiu para pouco mais de 93 mil em 2023. Camargo expressa preocupação com a tendência de formandos optarem por carreiras fora da engenharia, como consultoria de investimentos, em vez de atuar na área.
Para enfrentar essa crise, a Motiva decidiu retomar seu programa de trainee, Quest_, que havia sido suspenso há quatro anos. Serão oferecidas 23 vagas em cidades como São Paulo e Londrina, com o objetivo de atrair jovens para as áreas de engenharia e tecnologia. O programa terá duração de 12 meses, incluindo mentorias e projetos práticos.
Contratações em Foco
A Motiva planeja contratar mais 120 engenheiros até o final do ano, somando cerca de 800 profissionais atualmente. A meta é alcançar mil engenheiros para atender a projetos bilionários, como a Rota Sorocabana em São Paulo e o lote 3 das Rodovias Integradas do Paraná. Camargo ressalta que a modernização dos contratos, que incorporam tecnologias como free flow e balança dinâmica, exigirá um back office bem estruturado para gerenciar dados.
A situação atual da Motiva reflete um desafio maior no setor, onde a falta de mão de obra qualificada pode impactar a execução de projetos essenciais para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil.