- A Autoridade do Canal do Panamá anunciou investimentos em infraestrutura para enfrentar secas históricas que impactaram o trânsito de embarcações.
- As medidas incluem a construção de um gasoduto e da represa Rio Indo, visando aumentar a oferta de água para o Lago Gatun.
- O gasoduto permitirá o transporte de líquidos de gás natural sem depender do canal.
- A represa deve começar a ser construída em 2027 e ser concluída até 2032, com custo estimado de US$ 1,6 bilhão.
- Um corredor terrestre também está em desenvolvimento para conectar as costas atlântica e pacífica, aumentando a eficiência do transporte.
A Autoridade do Canal do Panamá anunciou investimentos significativos em infraestrutura para enfrentar os desafios impostos por secas históricas que afetaram o trânsito de embarcações. As medidas visam mitigar os impactos de futuras secas e garantir a confiabilidade do transporte de produtos energéticos.
Historicamente, o canal depende de água doce, utilizando cerca de duas vezes e meia a quantidade de água consumida por uma cidade do tamanho de Nova York. Em anos de boas chuvas, são realizados mais de 50 transbordos diários, mas a seca severa entre 2022 e 2024 resultou em uma redução de 29% nas transações, com quedas acentuadas em LNG e cargas a granel.
Para contornar essa situação, a Autoridade iniciou a construção de um gasoduto e da represa Rio Indo. O gasoduto permitirá o transporte de líquidos de gás natural sem depender do canal, enquanto a represa aumentará a oferta de água para o Lago Gatun, essencial para as operações do canal. A construção da represa está prevista para começar em 2027 e deve ser concluída até 2032, com um custo estimado de US$ 1,6 bilhão.
Além disso, a construção de um corredor terrestre conectando as costas atlântica e pacífica também está em andamento. Este projeto inclui terminais portuários que poderão acomodar contêineres e cargas diversas, aumentando a eficiência do transporte. A expectativa é que essas iniciativas atraiam mais transbordos de GNL e melhorem a competitividade em relação à rota mais longa ao redor do Cabo da Boa Esperança.
As autoridades reconhecem que a confiabilidade no transporte é crucial, especialmente para produtos de alto valor destinados à Ásia. O administrador da Autoridade do Canal, Ricaurte Vásquez, destacou que a nova infraestrutura ajudará a complementar a via aquática, garantindo que o canal continue a ser um ponto estratégico para o comércio global.