- O mercado de planos de saúde no Brasil atingiu 52,2 milhões de beneficiários em 2024.
- Apenas 16,5% dos beneficiários possuem planos individuais, que são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
- Os planos coletivos representam quase 90% dos contratos, com um aumento de 520% nos últimos 25 anos.
- Os reajustes nos planos coletivos podem chegar a 20%, e a judicialização tem crescido, com ações questionando esses aumentos.
- A ANS discute mudanças na Política de Preços e Reajustes para estimular a oferta de planos individuais, mas não pode obrigar as operadoras a oferecê-los.
O mercado de planos de saúde no Brasil alcançou 52,2 milhões de beneficiários em 2024, mas apenas 16,5% deles possuem planos individuais, que são os únicos regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os planos coletivos, por sua vez, dominam o cenário, representando quase 90% dos contratos, o que levanta preocupações sobre reajustes elevados e a judicialização crescente.
Nos últimos 25 anos, os contratos coletivos aumentaram 520%, passando de 6 milhões de beneficiários em 2000 para 37,6 milhões em 2025. Em contrapartida, os planos individuais perderam 1,3% de beneficiários apenas no último ano. As regras mais rígidas da ANS, que limitam cancelamentos e reajustes, tornam esses planos menos atrativos para as operadoras. Grandes empresas, como Bradesco e SulAmérica, já não oferecem mais planos individuais, com exceções como Hapvida e Prevent Senior.
Reajustes e Judicialização
Os planos coletivos permitem reajustes negociados diretamente entre operadoras e contratantes, resultando em aumentos que podem chegar a 20%. Essa flexibilidade gerou a prática dos “falsos coletivos”, onde indivíduos contratam planos empresariais. A judicialização tem aumentado, com ações questionando reajustes, muitas vezes resultando em decisões favoráveis aos consumidores.
A Hapvida ainda mantém uma base significativa de planos individuais, com 1,7 milhão de beneficiários em saúde e 1,5 milhão em odontologia. A Qualicorp, por sua vez, destaca os coletivos por adesão, que envolvem mais de 504 entidades e 104 operadoras. A Abramge, que representa as operadoras, afirma que existem cerca de 8,6 milhões de beneficiários em planos individuais, mas a oferta depende da estratégia de cada empresa.
Pressão Regulatório e Futuro
A ANS não pode obrigar as empresas a oferecer planos individuais, mas discute uma reformulação na Política de Preços e Reajustes para estimular essa modalidade. O Idec defende a necessidade de nivelar as regras entre planos individuais e coletivos, limitando reajustes e proibindo cancelamentos unilaterais. Especialistas alertam que, sem mudanças regulatórias, o setor de saúde suplementar pode enfrentar um ponto de inflexão, comprometendo o acesso à saúde para milhões de brasileiros.