- Os preços da carne bovina nos Estados Unidos estão subindo e devem alcançar novos recordes nos próximos meses.
- A alta é impulsionada por restrições às importações do Brasil e pela diminuição do rebanho americano.
- A escassez de carne bovina pode resultar em aumentos significativos nos preços para os consumidores.
- As tarifas sobre as importações brasileiras chegaram a 40% em agosto, impactando a oferta de carne magra.
- A Austrália se beneficia com um aumento de 22% nas exportações de carne bovina para os EUA, enquanto outros países, como Uruguai e Argentina, também aumentam suas exportações, mas enfrentam tarifas.
Os preços da carne bovina nos Estados Unidos estão em ascensão, com previsões de que alcancem novos recordes nos próximos meses. Essa alta é impulsionada por restrições às importações do Brasil e pela diminuição do rebanho americano, o que pode resultar em escassez e aumento significativo nos preços para os consumidores.
Os ovos, que se tornaram um símbolo da inflação alimentar no inverno passado, podem ser substituídos pelos hambúrgueres como o novo foco de preocupação. Segundo a Parker-Migliorini International LLC, a situação atual do mercado de carne bovina é crítica. O presidente da empresa, Darin Parker, alertou que a escassez pode se tornar um problema semelhante ao dos ovos, com aumentos extremos de preços.
Os dados mais recentes do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA mostram que os preços da carne bovina aumentaram por oito meses consecutivos, com agosto registrando a maior alta mensal em quase quatro anos. A queda no número de vacas processadas semanalmente pelos frigoríficos, que caiu quase 9% em relação ao ano anterior, reflete um rebanho em níveis históricos baixos. Além disso, uma proibição de compras de gado do México devido a preocupações sanitárias agrava a situação.
Impacto das Tarifas
As tarifas impostas sobre as importações brasileiras, que chegaram a 40% em agosto, têm causado um impacto significativo. As exportações de carne bovina do Brasil agora enfrentam um imposto total de 76,4% para entrar no mercado americano, o que limita a oferta de aparas de carne magra, essenciais para a produção de hambúrgueres.
Com a redução das importações do Brasil, a Austrália se destaca como a maior beneficiária, com um aumento de 22% nas exportações para os EUA até agosto. Outros países, como Uruguai e Argentina, também estão aumentando suas exportações, embora enfrentem tarifas de 36,4% para volumes que excedem uma cota específica.
Parker destacou que a pressão sobre os preços da carne bovina deve aumentar à medida que os estoques acumulados antes das tarifas forem reduzidos. O consumidor americano, segundo ele, será o mais afetado por essa situação, já que a demanda por carne bovina continua alta e a oferta se torna cada vez mais escassa.
