- O Brasil alcançou a menor taxa de desemprego da série histórica, com 5,6% no trimestre encerrado em julho.
- Houve um aumento na população ocupada e na renda real habitual, além de avanços na formalização do trabalho.
- A redução do desemprego é positiva, mas pode gerar pressão inflacionária, segundo Fernando Holanda Barbosa Filho, pesquisador do FGV Ibre.
- A economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, afirma que a taxa de desemprego natural está em torno de 8%, acima do atual nível.
- O Comitê de Política Monetária (Copom) pode iniciar cortes na taxa Selic na reunião de dezembro de 2025, com uma taxa terminal de 14,50%.
O Brasil registrou a menor taxa de desemprego da série histórica, alcançando 5,6% no trimestre encerrado em julho. Esse resultado reflete um aumento significativo na população ocupada e na renda real habitual, além de um avanço na formalização do trabalho. A melhora no mercado de trabalho é vista como um fator positivo para o bem-estar da população, mas também levanta preocupações sobre a inflação.
Fernando Holanda Barbosa Filho, pesquisador do FGV Ibre, destaca que, embora a redução do desemprego seja benéfica, o aquecimento do mercado pode gerar pressão inflacionária. Essa situação pode atrasar os cortes na taxa de juros, uma vez que a inflação ainda é uma preocupação central. A economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, aponta que a taxa de desemprego natural, que não pressiona a inflação, está em torno de 8%, bem acima do atual patamar.
Expectativas para a Selic
Apesar do cenário favorável ao trabalhador, a desaceleração esperada da economia não se concretizou. O mercado de trabalho continua aquecido, mas a pressão sobre a inflação não se intensificou na mesma proporção. Pinheiro projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá iniciar cortes na Selic na última reunião do ano, prevista para dezembro de 2025, com uma taxa terminal de 14,50%.
A relação entre o núcleo da inflação de serviços intensivos em mão de obra e a taxa de desemprego sugere que o mercado de trabalho pode ser uma fonte de pressão inflacionária. Contudo, a resposta do mercado a mudanças na política monetária tende a ser lenta, o que pode influenciar as decisões futuras sobre a taxa de juros.