- O setor agropecuário brasileiro enfrenta novos desafios devido a tarifas impostas pelos Estados Unidos.
- A Comissão Europeia aprovou um acordo com o Mercosul que permite salvaguardas comerciais unilaterais.
- O texto estabelece que um aumento superior a 10% nas importações ou uma redução acima de 10% nos preços pode ser considerado “dano grave”.
- A Comissão Europeia pode iniciar investigações por conta própria ou a pedido de países, podendo adotar medidas provisórias, como aumento de tarifas.
- A diplomacia brasileira teme que essa medida atrase a assinatura do acordo, visto como uma oportunidade importante para o Brasil.
Enquanto o setor agropecuário brasileiro busca alternativas para contornar as tarifas impostas por Donald Trump sobre suas exportações para os Estados Unidos, uma nova preocupação surge na Europa. A Comissão Europeia aprovou um texto no acordo com o Mercosul que introduz salvaguardas comerciais unilaterais, gerando apreensão entre os produtores brasileiros.
O texto, validado no início deste mês, estabelece que um aumento superior a 10% nas importações ou uma redução acima de 10% nos preços pode ser considerado um “dano grave” para os países europeus. Essa avaliação pode ocorrer mesmo que os impactos sejam localizados em apenas um ou mais países do bloco, sem a necessidade de uma análise abrangente. A Comissão Europeia terá a autoridade para iniciar investigações por conta própria ou a pedido de um país ou grupo de empresários, podendo adotar medidas provisórias, como o aumento de tarifas de importação, sem aguardar uma investigação completa.
Impactos no Agro Brasileiro
Para o agro brasileiro, essa nova norma representa um desafio significativo. A expectativa é que, com o acordo comercial, os produtos brasileiros se tornem mais competitivos e acessíveis no mercado europeu. Contudo, a aplicação unilateral das salvaguardas pela Comissão Europeia pode dificultar esse processo. O entendimento da diplomacia brasileira é que essa medida foi uma estratégia para agradar países como a França, que se opõe ao acordo, e a Itália, cuja posição é considerada crucial.
O Itamaraty e os negociadores brasileiros têm evitado críticas a essa questão, temendo que isso possa atrasar ainda mais a assinatura do acordo, visto como uma oportunidade importante para o Brasil diante das tarifas de Trump. Uma possível saída para essa situação seria o Brasil adotar uma postura semelhante, anunciando unilateralmente a possibilidade de implementar suas próprias salvaguardas comerciais.
