- O cenário econômico global apresenta desafios, com consumidores mais exigentes.
- Joe McDonnell, diretor de Consumer, Marketing and Retail Forecasting da WGSN, apresentou quatro tendências no Latam Retail Show.
- As tendências incluem economia da escassez, personalização radical, bem-estar e varejo das emoções.
- Dados mostram que 89% dos brasileiros optaram por produtos mais baratos em 2024, buscando valor além do preço.
- Marcas estão criando experiências que promovem emoções positivas, como espaços de meditação e personalização de produtos.
O cenário econômico global tem se mostrado desafiador, com consumidores cada vez mais exigentes. Durante sua apresentação no Latam Retail Show, Joe McDonnell, diretor de Consumer, Marketing and Retail Forecasting da WGSN, destacou quatro tendências que moldarão a relação entre marcas e consumidores. Ele enfatizou a exaustão do consumidor em meio a um contexto de instabilidade econômica e polarização política.
McDonnell apontou que as empresas que se destacarem serão aquelas que promoverem o consumo consciente, oferecendo produtos duráveis e programas de recompra. Além disso, a personalização das experiências e o foco no bem-estar dos clientes são essenciais. “Os consumidores estão sentindo o peso dessa pressão para serem saudáveis”, afirmou McDonnell, ressaltando que muitos se sentem perdidos em meio a tantas opções.
Tendências Emergentes
As quatro tendências apresentadas incluem: economia da escassez e consumo criativo, omni-retail com personalização radical, bem-estar em meio à exaustão e o varejo das emoções. Dados da WGSN revelam que 89% dos brasileiros trocaram produtos por alternativas mais baratas em 2024, refletindo a busca por valor que vai além do preço, englobando qualidade e sustentabilidade.
A integração entre o digital e o físico é cada vez mais evidente. Clientes que utilizam múltiplos canais de compra gastam 73% mais do que aqueles que se restringem a um único canal. Exemplos de inovação incluem a H&M, que instalou provadores digitais em Seul, e a Zara, que oferece agendamento de provadores via aplicativo.
O Varejo das Emoções
No setor de bem-estar, 45% dos consumidores relatam sofrer de burnout relacionado à saúde, pressionados por padrões impostos nas redes sociais. Marcas como a Alo Yoga e a Nike estão transformando suas lojas em espaços de meditação e experiências imersivas. O restaurante Everytable, nos Estados Unidos, ajusta seus preços conforme o CEP do cliente, promovendo acesso a refeições saudáveis.
Diante de um mundo percebido como mais difícil, cresce a demanda por experiências que proporcionem emoções positivas. Iniciativas como a personalização de fragrâncias pela Charlotte Tilbury e a ambientação sensorial da marca Paisage em São Paulo refletem essa tendência. “Criar um espaço sensorial, envolvente e tranquilo será decisivo para atrair o consumidor”, concluiu McDonnell, enfatizando que a entrega de valor e significado em cada compra é fundamental para o sucesso no varejo futuro.