- A Engie iniciou a venda de participação acionária minoritária em seus ativos de transmissão de energia elétrica, com previsão de conclusão ainda este ano.
- A empresa contratou o Morgan Stanley para assessorar a transação, que busca atrair novos investidores e impulsionar o crescimento.
- A Engie possui três concessões operacionais com contratos até 2052 e planeja participar do leilão de empreendimentos de transmissão no final de outubro.
- Os ativos da Engie, com 2,7 mil quilômetros de linhas e receita anual permitida de R$ 810 milhões, são considerados de baixo risco.
- A operação pode atrair grandes fundos de pensão estrangeiros, enquanto a alavancagem do grupo deve superar três vezes com a compra de hidrelétricas.
A Engie iniciou um processo para vender participação acionária minoritária em seus ativos de transmissão de energia elétrica, com a expectativa de concluir a transação ainda este ano. A empresa contratou o Morgan Stanley para assessorar a venda, que visa atrair novos investidores e impulsionar o crescimento da companhia.
Atualmente, a Engie possui três concessões operacionais, com contratos válidos até 2052, e está interessada em participar do próximo leilão de empreendimentos de transmissão, programado para o final de outubro. Segundo fontes próximas à empresa, a Engie não depende da venda para participar do certame, o que demonstra sua solidez no setor.
Os ativos da Engie, que somam 2,7 mil quilômetros de linhas e geram R$ 810 milhões em receita anual permitida (RAP), são considerados de baixo risco, pois possuem receita fixa indexada à inflação. A empresa também está construindo dois novos empreendimentos, que exigirão investimentos de R$ 5,6 bilhões até o final da década.
Atração de Investidores
A expectativa é que os ativos da Engie chamem a atenção de grandes fundos de pensão estrangeiros, como o Canada Pension Fund e o fundo soberano de Cingapura (GIC). A operação da Engie ocorre em um contexto em que outras empresas, como a Brookfield e a Energisa, também estão buscando vender ativos de transmissão, refletindo uma tendência de reciclagem de capital no setor.
A alavancagem do grupo, medida pela relação entre dívida e Ebitda, encerrou o primeiro semestre de 2025 em 2,9 vezes e deve superar 3 vezes com a conclusão da compra de hidrelétricas. Uma alternativa discutida no mercado é a possibilidade de a Engie estabelecer um modelo de parceria semelhante ao da Neoenergia com o GIC, que garante ao parceiro o direito de primeira oferta em projetos em construção.