- A conta conjunta pode dificultar o acesso a recursos após a morte de um dos titulares.
- A planejadora financeira Wanessa Guimarães alerta que a conta pode ser bloqueada para proteger os herdeiros.
- O saldo da conta não é automaticamente transferido para o cônjuge sobrevivente, o que pode gerar disputas judiciais.
- Um bom planejamento sucessório deve garantir liquidez e evitar conflitos, recomendando uma reserva que cubra pelo menos três anos de despesas.
- A contratação de um seguro de vida com o cônjuge como beneficiário é sugerida para cobrir custos imediatos após o falecimento.
A conta conjunta, frequentemente utilizada por casais para facilitar a gestão financeira, pode complicar o acesso a recursos após o falecimento de um dos titulares. A planejadora financeira Wanessa Guimarães alerta que, em caso de morte, a conta não é automaticamente transferida para o cônjuge sobrevivente, podendo ser bloqueada para proteger os herdeiros. Esse bloqueio pode deixar o cônjuge sem acesso imediato a recursos essenciais.
Guimarães explica que a instituição financeira não consegue determinar se todos os recursos na conta pertencem ao sobrevivente ou se parte deles é destinada aos herdeiros. Além disso, o saldo e os investimentos na conta não são divididos igualmente entre os titulares, dependendo de fatores como o regime de casamento e a origem dos recursos. Isso pode gerar disputas judiciais durante o inventário.
Planejamento Sucessório
Um bom plano sucessório deve considerar o patrimônio do casal, a composição familiar e os objetivos financeiros. Guimarães sugere que, apesar da redução da atratividade fiscal dos fundos em 2023, eles ainda oferecem organização e facilitam a transmissão de cotas aos herdeiros. O foco deve ser proteger o cônjuge sobrevivente, garantindo liquidez e evitando conflitos.
É importante que o planejamento de sucessão e aposentadoria andem juntos. O patrimônio que sustenta o casal na maturidade também será transmitido aos herdeiros. Guimarães recomenda que o cônjuge sobrevivente tenha acesso a uma reserva de liquidez que cubra pelo menos três anos de despesas, o que corresponde ao tempo médio de um inventário sem complicações.
Seguro de Vida
A especialista sugere a contratação de um seguro de vida com o cônjuge como beneficiário, com cobertura equivalente a 15% a 20% do valor do patrimônio a ser inventariado. Isso garante uma reserva imediata para arcar com os custos do inventário e evita que o cônjuge sobrevivente precise vender ativos em condições desfavoráveis.
Por exemplo, para um casal com patrimônio de R$ 5 milhões e custo de vida de R$ 25 mil por mês, é ideal que o cônjuge sobrevivente tenha acesso a R$ 900 mil em liquidez garantida. A contratação de um seguro de vida deve garantir entre R$ 750 mil e R$ 1 milhão fora da conta conjunta para cobrir custos imediatos após o falecimento.
Guimarães ressalta que o planejamento sucessório não é exclusivo para grandes fortunas. Todo casal que construiu patrimônio pode se beneficiar de uma estratégia que proteja o presente e organize o futuro.