- A morte de Giorgio Armani, aos 91 anos, gerou disputas entre L’Oréal, EssilorLuxottica e LVMH pelo controle da marca.
- A marca, que completou 50 anos, teve vendas de moda de 2,3 bilhões de euros em 2024, uma queda de 5% em relação ao ano anterior.
- Com contratos de licenciamento, o faturamento total da Armani alcança 4,25 bilhões de euros.
- O testamento de Armani prioriza a venda da marca a parceiros existentes, complicando a entrada de novos investidores.
- A margem operacional da moda da Armani é de apenas 3%, em contraste com margens de 20% da L’Oréal e 17% da EssilorLuxottica.
A morte de Giorgio Armani, aos 91 anos, desencadeou uma intensa disputa entre gigantes do setor de luxo pelo controle de sua marca, que completou 50 anos. A empresa, além de ser um ícone da moda, gera receitas significativas com fragrâncias e óculos licenciados. Em 2024, a Armani reportou 2,3 bilhões de euros em vendas de moda, uma queda de 5% em relação ao ano anterior. No entanto, ao incluir contratos de licenciamento, o faturamento total alcança 4,25 bilhões de euros.
As parcerias com a L’Oréal e a EssilorLuxottica, que datam da década de 1980, são responsáveis por cerca de 1,5 bilhão de euros anuais em vendas de perfumes e cosméticos, além de 500 milhões de euros em óculos. O testamento de Armani, divulgado após sua morte em 4 de setembro, prioriza a venda da marca a parceiros existentes. Entre os potenciais compradores estão L’Oréal, EssilorLuxottica e o conglomerado francês LVMH.
Desafios para Novos Investidores
A renovação do contrato com a EssilorLuxottica em 2023 por mais 15 anos e o acordo com a L’Oréal até 2050 complicam a entrada de novos investidores. A L’Oréal pode seguir o modelo da Estée Lauder, que adquiriu a Tom Ford em 2022, mantendo a operação de fragrâncias e licenciando moda e acessórios. Por outro lado, a EssilorLuxottica tem se concentrado em tecnologia médica, enquanto a LVMH, sob a liderança de Bernard Arnault, possui a estrutura necessária para integrar todas as frentes da Armani.
Atualmente, a operação de moda da Armani apresenta uma margem operacional de apenas 3% da receita líquida, em contraste com as margens de 20% da L’Oréal e 17% da EssilorLuxottica. A complexidade dos contratos de licenciamento e o poder de veto de uma fundação criada por Armani representam obstáculos significativos para uma integração rápida e eficiente da marca sob uma única gestão.