- Um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead) revela que cidades mineradas no Brasil têm um custo de vida até 10% maior do que em localidades não mineradas.
- A pesquisa analisou municípios de Minas Gerais e Pará, mostrando que o aumento pode chegar a 30% em setores como habitação e despesas pessoais, afetando principalmente a população de baixa renda.
- Os pesquisadores visitaram 873 estabelecimentos e realizaram 2.352 cotações de preços em março. As cidades analisadas foram Parauapebas (PA), Mariana (MG) e Conceição do Mato Dentro (MG), comparadas a Belém (PA), João Monlevade (MG) e Extrema (MG).
- Em Parauapebas, alimentos e bebidas são 8% mais caros do que em Belém, enquanto vestuário e despesas pessoais apresentam aumentos de 30% e 36%, respectivamente.
- O coordenador da pesquisa, Fabrício Missio, destaca que a concentração de funcionários com alta renda nas cidades mineradas eleva a demanda por produtos e serviços, pressionando os preços e dificultando a vida dos moradores de baixa renda.
Um estudo do Ipead revela que cidades mineradas no Brasil apresentam um custo de vida até 10% maior do que em localidades não mineradas. A pesquisa, realizada sob encomenda da Amig, analisou dados de municípios de Minas Gerais e Pará, destacando que o aumento pode chegar a 30% em setores como habitação e despesas pessoais, afetando principalmente a população de baixa renda.
Os pesquisadores visitaram 873 estabelecimentos e realizaram 2.352 cotações de preços em março. As cidades analisadas foram Parauapebas (PA), Mariana (MG) e Conceição do Mato Dentro (MG), comparadas a Belém (PA), João Monlevade (MG) e Extrema (MG), respectivamente. Os resultados mostraram que, em Parauapebas, alimentos e bebidas são 8% mais caros do que em Belém, enquanto vestuário e despesas pessoais apresentam aumentos de 30% e 36%, respectivamente.
Impacto nos Setores
Em Mariana, as maiores variações de preços foram observadas em habitação e despesas pessoais, com aumentos de 27% e 24% em relação a João Monlevade. Os custos com aluguel, combustíveis e energia elétrica residencial são os principais responsáveis por essa diferença. Já em Conceição do Mato Dentro, os moradores pagam 25% a mais em despesas pessoais e 19% em saúde e cuidados pessoais em comparação a Extrema.
O coordenador da pesquisa, Fabrício Missio, destaca que o aumento do custo de vida se deve à concentração de funcionários com alta renda nas cidades mineradas, que eleva a demanda por produtos e serviços. Essa situação gera uma pressão nos preços, especialmente para os moradores de baixa renda, que enfrentam dificuldades para arcar com os custos.
Consequências Sociais
Além do impacto econômico, a pesquisa aponta que as cidades mineradas têm maior demanda por serviços públicos, como saúde e educação. O presidente da Amig, Marco Antônio Lage, ressalta que a mineração gera riqueza concentrada, o que sobrecarrega os municípios com custos sociais. A falta de planejamento urbano e políticas de diversificação econômica agrava as desigualdades sociais, empurrando os mais pobres para as margens da cidade e do consumo.