- O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, enfrenta pressão para reduzir a taxa Selic, atualmente em 15%.
- A pressão aumentou após o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos realizar cortes em sua taxa de juros.
- Durante a C-Level Call, especialistas discutiram o impacto do clima político em Brasília nas pautas econômicas e a insuficiência das medidas de ajuste fiscal do governo.
- Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) apontou que as medidas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não são suficientes para estabilizar a dívida pública.
- A deflação de agosto não se deve apenas à política de juros, mas também a fatores como a redução na tarifa de energia.
A pressão sobre o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, para reduzir a taxa Selic, atualmente em 15%, aumentou após o Fed americano realizar cortes em sua taxa de juros. Durante a quinta edição da C-Level Call, promovida pela Folha, especialistas discutiram o impacto do clima político em Brasília nas pautas econômicas e a insuficiência das medidas de ajuste fiscal do governo para estabilizar a dívida pública.
A repórter Adriana Fernandes destacou que a decisão do Fed intensifica a pressão sobre Galípolo, que enfrenta expectativas crescentes do setor produtivo e do governo por uma redução da Selic. Economistas agora consideram a possibilidade de cortes mais cedo do que o esperado, com alguns sugerindo que isso poderia ocorrer ainda este ano.
Clima Político e Economia
O clima político conturbado em Brasília, marcado pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e pela tramitação de pautas polêmicas, tem desviado a atenção das questões econômicas. Fernandes observou que esses eventos acumulam-se, dificultando o foco nas contas públicas e nas reformas necessárias.
Além disso, um estudo do FGV Ibre apontou que as medidas de ajuste fiscal implementadas pelo ministro Fernando Haddad são insuficientes para estabilizar a dívida pública. A repórter Idiana Tomazelli alertou que haverá pressão por gastos adicionais em 2026, especialmente com a expectativa de reajustes no Bolsa Família e subsídios em programas de crédito.
Expectativas Futuras
A deflação registrada em agosto não pode ser atribuída apenas à política de juros, segundo Tomazelli, que mencionou fatores pontuais como a redução na tarifa de energia. O Banco Central, ao definir sua política monetária, deve considerar não apenas o cenário atual, mas também as projeções futuras.
A C-Level Call é um espaço dedicado a investidores e executivos, promovendo debates sobre economia e política, com a participação de jornalistas da Folha. O encontro ocorre todas as quintas-feiras, às 18h, e é uma oportunidade para assinantes interagirem e esclarecerem dúvidas sobre a atual situação econômica do Brasil.