- O Brasil está aumentando a adoção de carros híbridos para reduzir emissões no transporte urbano.
- A China lidera a produção de veículos elétricos, mas enfrenta intensa concorrência entre cerca de cinquenta montadoras.
- A competição resultou em cortes de preços e dificuldades financeiras, apesar de um crescimento de 21,7% nos investimentos em 2023.
- A BYD, maior fabricante mundial de veículos elétricos, reportou uma queda de quase um terço em seus lucros.
- O excesso de capacidade produtiva e a saturação do mercado geram tensões comerciais, especialmente com tarifas de países ocidentais.
O Brasil tem intensificado a adoção de carros híbridos como parte de sua estratégia para reduzir emissões no transporte urbano. Essa abordagem, inicialmente considerada uma “jabuticaba”, ganhou respaldo à medida que surgiram incertezas sobre o mercado de veículos elétricos. Enquanto isso, a China se destaca na produção de veículos elétricos, liderando em inovação e volume de vendas.
Entretanto, a indústria automotiva chinesa enfrenta um cenário desafiador. A intensa concorrência entre cerca de 50 montadoras resultou em cortes de preços e dificuldades financeiras. Mesmo com um crescimento de 21,7% nos investimentos nos primeiros sete meses de 2023, a situação é crítica, com fabricantes lutando para honrar compromissos financeiros. O governo chinês, preocupado com a “involução” do setor, convocou reuniões para discutir a necessidade de autodisciplina na indústria.
A BYD, maior fabricante mundial de veículos elétricos, também enfrenta desafios. Seus lucros caíram quase um terço em comparação ao ano anterior, refletindo a pressão da concorrência. Apesar disso, a demanda por carros elétricos e híbridos continua a crescer, com modelos inovadores sendo lançados. A Geely e a Tesla também competem ferozmente, mas a Tesla enfrenta dificuldades com vendas em declínio.
O excesso de capacidade produtiva é um problema crônico, levando a uma saturação do mercado. As montadoras estão exportando 20% de sua produção, um aumento significativo em relação ao período pré-pandemia. Essa dinâmica tem gerado tensões comerciais, especialmente com tarifas impostas por países ocidentais.
A China continua a formar um número elevado de engenheiros, o que alimenta a inovação no setor. A BYD emprega cerca de 120 mil engenheiros, contribuindo para o desenvolvimento de veículos com tecnologias avançadas. A corrida por participação de mercado, no entanto, tem gerado um ciclo de preços baixos que pode comprometer a sustentabilidade do setor a longo prazo.