- Os ativos de mercados emergentes estão atraindo investidores globais, com entradas de mais de US$ 20 bilhões desde abril de 2025.
- O Brasil se destaca como uma oportunidade, apesar de riscos fiscais e políticos.
- Entre 2022 e 2024, quase US$ 150 bilhões saíram desses mercados, mas 2025 marca uma mudança.
- A diversificação de portfólio é essencial em um cenário global incerto, especialmente com cortes de juros antecipados pelo Federal Reserve (Fed).
- Outros países, como África do Sul e Peru, também apresentam oportunidades devido a economias fiscalmente conservadoras e reformas em andamento.
Após anos de desinteresse, os ativos de mercados emergentes começam a atrair a atenção de investidores globais. Desde abril de 2025, esses mercados receberam mais de US$ 20 bilhões em entradas, com o Brasil se destacando como uma oportunidade promissora, apesar dos riscos fiscais e políticos.
Historicamente, os mercados emergentes foram negligenciados devido ao fortalecimento do dólar e à percepção de excepcionalismo dos EUA. No entanto, a situação mudou, conforme observa Pramol Dhawan, da Pimco. Ele destaca que, entre 2022 e 2024, houve saídas de quase US$ 150 bilhões desses mercados, mas 2025 representa um ponto de virada. Desde abril, os fundos emergentes passaram a registrar entradas líquidas significativas.
Oportunidades no Brasil
O Brasil é um exemplo crucial nesse novo cenário. Apesar das tarifas de 50% impostas pelos EUA e das incertezas políticas, o país continua a ser visto como uma oportunidade única. Dhawan afirma que a situação política e econômica do Brasil pode sustentar um rali, dependendo dos resultados das eleições de 2026. A diversificação de portfólio se torna essencial em um ambiente global incerto, onde a política econômica dos EUA gera receios.
Os cortes de juros antecipados pelo Federal Reserve (Fed) também podem acelerar essa busca por diversificação, comprimindo os rendimentos da renda fixa americana. Com a crescente percepção de um Fed mais politizado, investidores estão cada vez mais inclinados a explorar opções fora dos EUA.
Desafios e Perspectivas
Embora o Brasil enfrente desafios fiscais, a gestão fiscal sólida e a busca por reformas podem atrair capital duradouro. O país se beneficia de um dólar mais fraco, o que pode aliviar pressões inflacionárias e permitir um ciclo de flexibilização monetária mais prolongado. No entanto, a credibilidade fiscal será crucial para o sucesso das reformas e para a atração de investimentos.
Além do Brasil, mercados como África do Sul e Peru também se destacam por suas economias fiscalmente conservadoras e orientadas para reformas. A normalização cambial e a melhora na estabilidade macroeconômica em países como Egito e Nigéria, que implementaram reformas significativas, também são vistas como oportunidades para investidores.
O cenário atual indica que, apesar dos riscos, os mercados emergentes estão se tornando cada vez mais atraentes para investidores em busca de diversificação e melhores retornos.