- No primeiro semestre de 2025, Christie’s e Sotheby’s reportaram vendas de $2,1 bilhões e $2,2 bilhões, respectivamente.
- O segmento de luxo cresceu 29%, apesar da leve queda nas vendas de arte do século 20 e 21.
- A nova CEO da Christie’s, Bonnie Brennan, afirmou que a performance deste ano é uma melhoria em relação à queda de 22% nas vendas do primeiro semestre de 2024.
- Mais de 50% das obras leiloadas apresentaram retornos negativos, indicando um desempenho financeiro fraco no setor.
- Especialistas acreditam que o mercado de arte enfrenta um período difícil, com investidores se afastando devido aos altos custos de transação e buscando alternativas como ações e criptomoedas.
No primeiro semestre de 2025, o mercado de arte mostrou sinais de estabilidade, com Christie’s e Sotheby’s reportando vendas de $2,1 bilhões e $2,2 bilhões, respectivamente. Apesar de uma leve queda nas vendas de arte do século 20 e 21, o segmento de luxo cresceu 29%, refletindo uma mudança nas preferências dos colecionadores.
Bonnie Brennan, nova CEO da Christie’s, destacou que seu foco tem sido garantir a continuidade da estratégia global da casa de leilões. A performance deste ano é uma melhoria em relação à queda de 22% nas vendas do primeiro semestre de 2024. No entanto, mais de 50% das obras leiloadas apresentaram retornos negativos, indicando um desempenho financeiro fraco no setor.
Philip Hoffman, fundador da Fine Art Group, acredita que o mercado de arte está passando por um “blip” de dois a três anos, mas não prevê mudanças significativas nos próximos meses. Ele aponta que os altos custos de transação têm afastado compradores de arte de alto valor, que agora adotam uma abordagem mais financeira.
Desafios do Mercado
Dados do Mei Moses Art Index revelam que a maioria das vendas de leilão no segundo semestre de 2024 também teve desempenho negativo. Michael Moses descreve essas perdas como “o pior desempenho financeiro do século XXI”. O crescimento de investimentos em ações, ouro e criptomoedas está desviando a atenção dos investidores da arte, que já não é vista como um ativo seguro.
Apesar do cenário desafiador, vendas excepcionais ainda ocorrem. Em julho, uma pintura de Canaletto foi vendida por $43,9 milhões. No entanto, galerias como Venus Over Manhattan e Clearing fecharam suas portas, e a feira de arte de Nova York foi cancelada, evidenciando a crise no setor.
O Futuro da Arte
A crescente percepção de que a arte não é mais um ativo financeiro viável está mudando o foco do mercado. Alain Servais, colecionador, prevê uma contração nas receitas, mas não no número de obras vendidas. Ele sugere que apenas obras-primas continuarão a ter apelo, enquanto o mercado especulativo enfrenta dificuldades.
Marc Spiegler, ex-diretor global da Art Basel, propõe que o mercado deve se reinventar, vendendo arte como um prazer cultural para um público seleto. Essa mudança pode ser crucial para a sobrevivência do setor em um ambiente econômico em transformação.