- O mercado de fundos imobiliários residenciais no Brasil enfrenta dificuldades para se consolidar.
- A baixa mobilidade do brasileiro é um fator crucial, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos.
- A rentabilidade desses fundos é desafiadora devido a aluguéis baixos e altos custos de construção.
- João da Rocha Lima, professor da Universidade de São Paulo (USP), analisou cinco portfólios residenciais e nenhum se mostrou rentável nos últimos três anos.
- Rocha Lima também refuta a ideia de que os jovens não valorizam a casa própria, afirmando que a maioria ainda deseja ter um imóvel.
O mercado de fundos imobiliários residenciais no Brasil enfrenta desafios significativos para sua consolidação. De acordo com João da Rocha Lima, professor da USP e sócio da Unitas, a baixa mobilidade do brasileiro é um fator crucial que diferencia o país de mercados como o norte-americano. Enquanto nos Estados Unidos o aluguel é uma escolha, no Brasil, muitos moradores de aluguel o fazem por falta de condições para adquirir um imóvel.
A rentabilidade dos fundos imobiliários residenciais é considerada desafiadora. Rocha Lima aponta que os aluguéis baixos e os altos custos de construção dificultam a viabilidade financeira desses investimentos. Ele analisou cinco portfólios residenciais nos últimos três anos e concluiu que nenhum deles se mostrou rentável. Para alcançar retornos de 9% ao ano, como em imóveis comerciais, seria necessário praticar aluguéis que o mercado não suporta ou construir com custos inviáveis.
Além disso, o professor refuta a ideia de que as novas gerações não valorizam a casa própria. Segundo ele, essa crença é um mito. A maioria dos brasileiros ainda deseja ter um imóvel, o que está enraizado na cultura nacional. Rocha Lima acredita que, embora haja demanda por imóveis residenciais, transformar essa demanda em retornos consistentes para investidores será um grande desafio no médio prazo.