- O Brasil é considerado o “país do futuro”, mas enfrenta desafios econômicos, como a alta taxa de juros.
- Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, afirmou que o país está em um momento favorável devido às tensões comerciais globais.
- Durante o Inter Invest Summit, ele destacou que o Brasil pode se beneficiar da instabilidade internacional, especialmente com a China e a Europa buscando parcerias comerciais.
- Apesar do otimismo, a taxa de juros está em 15% ao ano, a mais alta desde 2006, gerando incertezas entre investidores.
- Wu ressaltou a necessidade de previsibilidade fiscal até 2026 para transformar o potencial econômico do Brasil em crescimento real.
O Brasil, frequentemente chamado de “país do futuro”, enfrenta um dilema entre seu potencial de crescimento e os desafios econômicos atuais. Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, destacou que o país vive um momento favorável, especialmente em meio às tensões comerciais globais. Durante o Inter Invest Summit, realizado no último sábado (20), ele afirmou que o Brasil pode se beneficiar da instabilidade internacional, especialmente com a China e a Europa buscando parcerias comerciais.
Wu enfatizou que “o mundo está extremamente favorável a nós”, referindo-se ao interesse crescente de mercados internacionais em produtos brasileiros. Ele acredita que as tensões comerciais, especialmente sob a administração de Donald Trump, podem fortalecer a posição do Brasil como um parceiro comercial relevante. A China, por exemplo, está ativamente buscando acordos com o Brasil, enquanto a Europa tenta retomar um acordo comercial que estava estagnado há 15 anos.
Desafios Internos
Apesar do otimismo, o cenário interno apresenta desafios significativos. A taxa de juros no Brasil está em 15% ao ano, a mais alta desde 2006, o que gera incertezas entre empresários e investidores. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter essa taxa na última quarta-feira (17), sinalizando que os juros podem permanecer elevados por um período prolongado.
Wu apontou que a questão fiscal é um problema persistente, que transcende a administração atual. Ele ressaltou a importância de uma previsibilidade fiscal até 2026, afirmando que isso poderia transformar o potencial econômico em crescimento real. A expectativa do mercado é que, se houver clareza sobre as políticas fiscais futuras, o Brasil poderá finalmente resgatar a promessa de ser o “país do futuro”.