- O governo Trump encerrou o relatório anual sobre insegurança alimentar nos Estados Unidos, que existia há 30 anos.
- A decisão foi anunciada pelo Departamento de Agricultura, que alegou que o relatório se tornara “excessivamente politizado”.
- Em 2023, o relatório indicou que 13,5% das famílias, totalizando 47 milhões de pessoas, enfrentavam insegurança alimentar.
- Especialistas criticaram a decisão, afirmando que o relatório é essencial para entender a situação alimentar no país.
- Cortes de US$ 187 bilhões em cupons de alimentação nos próximos dez anos podem afetar ainda mais a insegurança alimentar, com cerca de 4 milhões de pessoas perdendo parte ou todo o auxílio.
Dois meses após a implementação de cortes significativos no Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNPA), o governo Trump decidiu encerrar o relatório anual sobre insegurança alimentar nos Estados Unidos. Essa decisão, anunciada pelo Departamento de Agricultura, retira um importante indicador sobre o acesso dos americanos a alimentos adequados. O relatório, publicado há 30 anos, foi criado em resposta a debates sobre a fome no país.
Em 2023, o relatório indicou que 13,5% das famílias, totalizando 47 milhões de pessoas, enfrentavam insegurança alimentar, o que significa que, em algum momento do ano, não tinham acesso a alimentos suficientes. O Departamento de Agricultura justificou o fim do relatório, alegando que ele se tornara “excessivamente politizado”, o que dificultaria a execução de suas funções. Um relatório final referente a 2024 será publicado, mas não haverá novas pesquisas.
Impacto dos Cortes
O relatório do Departamento de Agricultura quantificava a insegurança alimentar por estado, raça, etnia e faixa etária, revelando que as taxas eram significativamente mais altas entre domicílios negros e latinos. A decisão de encerrar o relatório foi criticada por especialistas, como Elaine Waxman, do Urban Institute, que afirmou que o documento é respeitado e essencial para entender a situação alimentar no país.
Além disso, a recente legislação que cortou US$ 187 bilhões em cupons de alimentação nos próximos dez anos pode impactar ainda mais a insegurança alimentar. Estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas perderão parte ou todo o auxílio. A falta de dados futuros tornará difícil avaliar o impacto dessas mudanças. Crystal FitzSimons, do Food Research and Action Center, destacou que a ausência de números esconderá as consequências da nova lei.