- O Brasil enfrenta um cenário econômico difícil, com 30,4% das famílias com dívidas em atraso, o maior índice desde 2010.
- A taxa de inadimplência das pessoas físicas junto às instituições financeiras chegou a 6,5%, devido à alta da taxa Selic, que está em 15% desde julho.
- Apesar da queda do desemprego e do aumento da renda familiar, os juros altos têm pressionado o orçamento das famílias, esfriando o consumo.
- A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta que a proporção de famílias endividadas pode alcançar 30,9% em dezembro.
- A pesquisa da Serasa indica que 68,2 milhões de brasileiros estão inadimplentes, com uma média de R$ 6.177 em dívidas por pessoa.
O Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador, com 30,4% das famílias apresentando dívidas em atraso, o maior índice desde o início da pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) em 2010. A taxa de inadimplência das pessoas físicas junto às instituições financeiras alcançou 6,5%, refletindo o impacto da alta da taxa Selic, que permanece em 15% desde julho.
Apesar do desemprego em queda e da renda familiar em alta, o aumento dos juros tem pressionado o orçamento das famílias. Economistas apontam que a combinação de juros elevados e endividamento crescente está esfriando o consumo, o que pode agravar a desaceleração econômica prevista para o final do ano. A CNC projeta que a proporção de famílias endividadas pode chegar a 30,9% em dezembro, durante as compras de Natal.
A situação é exemplificada por histórias como a de Adriana Oliveira, que teve que alugar seu apartamento e se mudar para reduzir despesas. Ela relata que metade de sua renda vai para o financiamento da casa, levando a uma drástica redução nos gastos. Já Jaqueline Valle, que perdeu o marido durante a pandemia, vive constantemente no vermelho, utilizando cartões de crédito para cobrir despesas básicas.
A pesquisa da Serasa revelou que 68,2 milhões de brasileiros estão inadimplentes, com cada um acumulando, em média, R$ 6.177 em dívidas. A inclusão bancária e o acesso facilitado ao crédito têm contribuído para esse cenário, especialmente entre aqueles sem educação financeira adequada. A alta da inadimplência também leva os bancos a endurecerem as condições para concessão de crédito, restringindo ainda mais o consumo.
O impacto da inadimplência já é visível no Produto Interno Bruto (PIB), que apresentou crescimento fraco no segundo trimestre. As vendas do varejo caíram por quatro meses consecutivos, um fenômeno que não ocorria desde crises anteriores. Para especialistas, a combinação de juros altos e endividamento excessivo está criando um ambiente econômico complicado, onde o consumo deve continuar a desacelerar.
