- O Mercosul assinou um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) em 16 de outubro no Rio de Janeiro.
- O acordo elimina tarifas de importação em setores industriais e pesqueiros, visando diversificar os parceiros comerciais do Brasil.
- Atualmente, os países da EFTA — Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — representam menos de 1% das exportações brasileiras.
- A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o acordo pode gerar mais de 700 oportunidades de exportação.
- O impacto nas exportações brasileiras até 2044 é estimado em R$ 3,34 bilhões, com um efeito positivo no PIB de R$ 2,69 bilhões.
O Mercosul firmou um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), assinado no Rio de Janeiro em 16 de outubro, que elimina tarifas de importação em setores industriais e pesqueiros. Este movimento é estratégico para o Brasil, que busca diversificar seus parceiros comerciais em meio a barreiras impostas pelos Estados Unidos, que impactam suas exportações.
Atualmente, os países da EFTA — Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — representam menos de 1% das exportações brasileiras. No entanto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o acordo pode abrir mais de 700 oportunidades de exportação. Especialistas acreditam que essa parceria é um passo importante para o Mercosul, demonstrando sua capacidade de negociar com economias desenvolvidas.
Desafios e Oportunidades
Apesar do potencial, o Brasil enfrenta desafios significativos, como infraestrutura precária, alta carga tributária e custos elevados de mão de obra. José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), ressalta que o acordo tem mais valor simbólico do que prático, dado o alto custo de vida nos países da EFTA. Estima-se que o impacto nas exportações brasileiras até 2044 será de R$ 3,34 bilhões, com um efeito positivo no PIB de R$ 2,69 bilhões.
A EFTA eliminará 100% das tarifas de importação para os setores industrial e pesqueiro. Para produtos agrícolas, o acesso será preferencial, com concessões parciais. O próximo passo envolve a ratificação do acordo pelos parlamentos dos países envolvidos.
Perspectivas Futuras
O ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, observa que o acordo com a EFTA é semelhante ao tratado em negociação com a União Europeia, que pode avançar com a demonstração de que o Mercosul está ativo em negociações internacionais. O economista Márcio Sette Fortes destaca que, embora o acordo não compense totalmente as perdas com os Estados Unidos, é uma tentativa válida de abrir novos mercados.
A indústria de máquinas e equipamentos, um dos setores mais afetados pelas tarifas americanas, vê o acordo como uma oportunidade de sinalizar ao mundo que o Brasil está em busca de novos mercados. Patrícia Gomes, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), enfatiza a importância de acordos comerciais para a abertura da economia brasileira.