- A Black Friday no Brasil, que ocorre na última sexta-feira de novembro, terá mudanças em 2024.
- Varejistas planejam reduzir investimentos em propaganda para priorizar as vendas de Natal.
- A decisão é motivada por margens de lucro menores e estoques elevados, segundo Daniel Sakamoto, gerente executivo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
- Produtos de tecnologia e eletrônicos continuarão em destaque, mas a percepção dos consumidores sobre os descontos está mudando.
- Apesar da cautela, o varejo espera um aumento de 7,3% nas contratações para o fim do ano, com a abertura de 118 mil vagas.
A Black Friday no Brasil, marcada para a última sexta-feira de novembro, está passando por mudanças significativas em 2024. Varejistas brasileiros planejam reduzir investimentos em propaganda para essa data, priorizando as vendas de Natal. A decisão surge em meio a margens de lucro menores e estoques elevados, conforme análise de Daniel Sakamoto, gerente executivo da CNDL.
Os consumidores brasileiros têm utilizado a Black Friday para antecipar compras de Natal, aproveitando descontos e a primeira parcela do 13º salário. No entanto, a estratégia dos varejistas está mudando. “Muitos varejistas vão tirar um pouco da força de mídia da data, para dar maior foco ao Natal,” afirma Sakamoto. A ideia é evitar que a Black Friday canibalize as vendas de dezembro, que costumam ter margens mais altas.
Produtos de tecnologia e eletrônicos ainda devem ter destaque na Black Friday, mantendo seu pico de vendas anual. Entretanto, a percepção dos consumidores sobre os descontos tem mudado. Muitos já não se sentem tão atraídos pelas promoções, e alguns itens até apresentam aumento de preços. A insatisfação com as ofertas é um tema delicado entre os varejistas, que temem perder clientes para a concorrência.
O cenário econômico também influencia as decisões do varejo. Com a alta dos juros e a pressão de grandes marketplaces, muitos varejistas enfrentam margens reduzidas. “Não vale brigar por preço para vender muito na Black Friday e pouco no Natal,” destaca Sakamoto. Apesar disso, o varejo espera um fim de ano animador, com a abertura de 118 mil vagas para o período, um aumento de 7,3% em relação ao ano anterior.
Os empresários estão cautelosos, com 59% afirmando que não contratarão para o fim do ano, citando a instabilidade econômica como principal motivo. “Boas notícias geram consumo,” conclui Sakamoto, ressaltando que as expectativas para o último trimestre são positivas, mas dependem da confiança do consumidor.