- Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, alertou sobre a polarização política no Brasil e seus riscos para reformas econômicas.
- Em entrevista ao podcast Outliers, ele destacou que a instabilidade pode levar a um retrocesso econômico.
- Fraga criticou a narrativa de austeridade fiscal, afirmando que o Brasil não adotou políticas austeras, já que o gasto público aumentou de 25% para 34% do PIB.
- Ele enfatizou a importância do equilíbrio fiscal para a redução das taxas de juros e a necessidade de um centro político ativo na aprovação de reformas.
- Fraga concluiu que o Brasil deve equilibrar a política monetária e fiscal para evitar crises futuras.
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, expressou preocupações sobre a crescente polarização política no Brasil, que pode comprometer reformas econômicas essenciais. Em entrevista ao podcast Outliers, ele afirmou que a instabilidade política pode levar o país a um retrocesso, destacando que a situação atual é crítica. “Se ficar uma coisa ‘hiperpolarizada’, ‘hiperpopulista’, ‘curtoprazista’, acho que a gente vai afundar”, alertou.
Fraga, que é também economista e sócio-fundador da Gávea Investimentos, enfatizou a importância do equilíbrio fiscal para a redução das taxas de juros. Ele criticou a narrativa de austeridade fiscal, afirmando que o Brasil nunca adotou políticas austeras, já que o gasto público aumentou de 25% para 34% do PIB. “Que austeridade? E agora estamos pagando esse juro”, disse.
Riscos e Oportunidades
O ex-presidente do BC ressaltou que, apesar dos avanços nas reformas trabalhista, da Previdência e tributária, o risco de retrocessos é elevado. Ele acredita que o centro político deve assumir um papel mais ativo na aprovação de medidas estruturais. Fraga destacou que, se o país continuar com uma abordagem de curto prazo, perderá as conquistas já alcançadas.
Ele também mencionou que o mercado financeiro reage positivamente a sinais de melhora na economia. “O mercado funciona no gerúndio. Se as coisas estiverem melhorando, os preços dos ativos sobem”, afirmou. Para Fraga, a queda consistente da taxa de juros só será possível com um controle eficaz das contas públicas, evitando a chamada dominância fiscal, onde a política monetária se torna ineficaz.
Cenário Econômico
Fraga concluiu que não há exemplos de países que tenham alcançado sucesso econômico com uma política monetária restritiva e fiscal expansionista. Ele acredita que o Brasil precisa encontrar um caminho que equilibre essas duas áreas para evitar crises futuras.