- O Brasil possui novecentas e cinquenta e duas startups deep tech, liderando a América Latina, que tem um total de mil trezentas e dezesseis startups desse tipo.
- Um estudo da Emerge aponta que quarenta e sete por cento das deep techs brasileiras não receberam investimentos e apenas sete por cento conseguiram captar recursos privados.
- A dependência de fundos públicos é alta, com trinta e seis por cento das startups dependendo exclusivamente desse tipo de financiamento.
- As áreas com maior concentração de startups são saúde e bem-estar (trinta e sete por cento) e agronegócio (vinte e oito por cento).
- O Brasil atraiu apenas duzentos e dezesseis milhões de dólares em investimentos, enquanto o Chile e a Argentina captaram, respectivamente, seiscentos e sete milhões de dólares e quatrocentos e oitenta e seis milhões de dólares.
O Brasil se destaca na América Latina com 952 das 1.316 startups deep tech mapeadas na região, segundo um estudo da Emerge em parceria com o Cubo Itaú e a American Chemical Society. No entanto, o país enfrenta desafios significativos na atração de investimentos privados, ficando atrás de Chile e Argentina.
O levantamento revela que 47% das deep techs brasileiras não receberam investimentos, enquanto apenas 7% conseguiram captar recursos privados. A dependência de fundos públicos é alarmante, com 36% das startups contando exclusivamente com esse tipo de financiamento. Daniel Pimentel, cofundador da Emerge, ressalta que, apesar do potencial do mercado interno, isso pode limitar a atração de investidores globais.
Setores em Destaque
As startups brasileiras estão concentradas principalmente em saúde e bem-estar (37%) e agronegócio (28%). A análise das patentes indica que 45% das deep techs atuam em biotecnologia, com forte presença em inteligência artificial e materiais avançados. O Estado de São Paulo lidera com 467 empresas, refletindo a diversidade de pesquisas e inovações no país.
Entretanto, o investimento privado representa apenas 25,7% do total destinado a essas startups, evidenciando um ecossistema que depende majoritariamente de recursos públicos. As entidades como FAPESP e Finep são responsáveis por 51% do financiamento público, enquanto 55% das deep techs são spin-offs acadêmicas, com a USP concentrando 20% do total.
Comparação Regional
Em comparação com seus vizinhos, o Brasil levanta menos capital. O Chile atraiu US$ 607,2 milhões para três deep techs, enquanto a Argentina captou US$ 486 milhões. Em contraste, as startups brasileiras conseguiram apenas US$ 216 milhões. Pimentel observa que a abordagem internacional das startups chilenas e argentinas as torna mais atraentes para investidores.
Para reverter esse cenário, especialistas sugerem a criação de fundos escaláveis e incentivos para atrair cientistas internacionais. A América Latina, apesar de investir pouco em P&D, possui um grande potencial para liderar em inovações científicas e tecnológicas, desde que sejam implementadas estratégias eficazes para fortalecer o ecossistema de deep techs.