- Um estudo da UBS afirma que São Paulo não está em uma bolha imobiliária.
- Os preços reais dos imóveis na cidade caíram 25% entre 2014 e 2022.
- Os aluguéis aumentaram 5% no último ano, indicando uma demanda crescente.
- O aumento das taxas de juros contribuiu para a desaceleração do mercado imobiliário.
- São Paulo tem um escore de risco de bolha imobiliária de -0,10, classificada como de baixo risco.
São Paulo não enfrenta uma bolha imobiliária, segundo um estudo da UBS. Os preços reais dos imóveis na cidade caíram 25% entre 2014 e 2022, enquanto os aluguéis aumentaram 5% no último ano, indicando uma demanda crescente. O estudo revela que o risco médio de bolha nas grandes cidades caiu pelo terceiro ano consecutivo, refletindo a desaceleração do mercado.
O aumento das taxas de juros tem sido um fator determinante para essa desaceleração. Em contraste, cidades como Madri registraram um crescimento de 14% nos preços no último ano, o maior entre as analisadas. O governo espanhol, em resposta à crise imobiliária, bloqueou mais de 65 mil anúncios ilegais de aluguel por temporada. O ministro espanhol, Pablo Bustinduy, afirmou que é necessário proteger o direito à moradia.
Enquanto isso, em cidades como Frankfurt, Paris e Hong Kong, os preços caíram quase 20% devido ao aumento das taxas de juros. Em contrapartida, Dubai e Miami apresentaram um crescimento real de cerca de 50% nos últimos cinco anos, com Miami liderando o ranking de risco de bolha imobiliária.
Em São Paulo, os preços se mantiveram estáveis desde 2022, impactados pelas altas taxas de financiamento, que chegaram a dois dígitos. A locação se tornou uma opção mais acessível, com aluguéis agora 25% acima dos níveis de 2022. O Banco Central do Brasil ainda não sinalizou uma redução nas taxas de juros, o que mantém o custo do financiamento elevado.
Desafios e Intervenções
A acessibilidade à moradia é um desafio crescente nas grandes cidades. Hong Kong é considerada a mais inacessível, com um trabalhador precisando de 14 anos de sua renda anual para adquirir um apartamento de 60 m². Tóquio, Paris e Londres também apresentam relações preço/renda superiores a 10 vezes a renda anual média.
Diante dessa situação, o risco de intervenções regulatórias aumenta. Cidades como Vancouver, Sydney e Nova York já impuseram novas regulamentações para mitigar os efeitos da especulação imobiliária. Maciej Skoczek, coautor do estudo, destaca que essas intervenções podem diminuir o apelo de mercados antes muito procurados.
O estudo analisou os preços de imóveis residenciais em 21 grandes cidades para medir o risco de bolha imobiliária. O escore de risco é definido com base na dinâmica de preços, acessibilidade e contexto macroeconômico. São Paulo, com um escore de -0,10, é classificada como de baixo risco.