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Estudo aponta que aplicativos de entrega não asseguram remuneração justa aos trabalhadores

A pesquisa aponta que trabalhadores enfrentam endividamento e falta de garantias de segurança nas plataformas digitais.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Entregadores por aplicativo estão em destaque em pesquisa sobre remuneração justa (Foto: Reprodução)
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  • A pesquisa Fairwork Brasil 2023 revela que nenhum dos principais aplicativos de transporte e entrega, como Uber, iFood e 99, oferece condições adequadas de trabalho.
  • Apenas InDrive e Superprof atenderam critérios básicos de remuneração, recebendo um ponto cada.
  • A maioria das plataformas analisadas não cumpriu os cinco princípios de trabalho justo, resultando em precariedade nas condições laborais.
  • Os trabalhadores enfrentam jornadas excessivas, baixos ganhos e dificuldades financeiras, com relatos de atrasos nos pagamentos e falta de transparência nas taxas.
  • As empresas contestaram a metodologia do estudo, mas o relatório destaca a urgência de melhorias nas condições de trabalho nas plataformas digitais.

A terceira edição da pesquisa Fairwork Brasil, divulgada nesta terça-feira, revela que nenhum dos principais aplicativos de transporte e entrega, como Uber, iFood e 99, oferece condições adequadas de trabalho. O estudo, realizado por universidades brasileiras em parceria com a Universidade de Oxford, avaliou dez plataformas com base em cinco princípios de trabalho justo: remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação.

Apenas InDrive e Superprof se destacaram, recebendo um ponto cada por atenderem critérios básicos de remuneração. A pesquisa mostra que, para pontuar, as plataformas devem garantir que os trabalhadores não recebam menos que o salário mínimo líquido, que é de R$ 1.518. No entanto, a maioria das plataformas analisadas zerou em todos os quesitos, evidenciando a precariedade das condições laborais.

Problemas Identificados

Os dados apontam para jornadas excessivas, baixos ganhos e dificuldades em cobrir custos básicos. Relatos de atrasos nos pagamentos e taxas pouco transparentes são comuns entre os trabalhadores. A pesquisa destaca que motoristas da Uber e da Loggi enfrentaram alterações nos valores das corridas após a finalização do serviço. No iFood, entregadores alegaram não ter recebido gorjetas, enquanto a 99 mencionou riscos de não receber integralmente corridas pagas em dinheiro.

Além disso, o estudo revela um ciclo de endividamento entre os trabalhadores. Plataformas como Uber e iFood oferecem serviços de crédito que incentivam os trabalhadores a contrair dívidas para manter suas atividades. Os entrevistados relataram a necessidade de recorrer a empréstimos para cobrir despesas relacionadas ao trabalho, como manutenção de veículos e seguros.

Reações das Empresas

As empresas analisadas contestaram a metodologia do estudo. A Parafuzo afirmou que seus profissionais recebem mais de R$ 15 líquidos por hora e têm acesso a seguro de acidentes. A Uber, por sua vez, alegou que não participou da pesquisa por considerar que ela não reflete a realidade do trabalho autônomo.

O relatório, que envolveu entrevistas com trabalhadores e reuniões com representantes das empresas, evidencia a urgência de melhorias nas condições de trabalho nas plataformas digitais. A falta de direitos laborais e sociais básicos deixa os trabalhadores vulneráveis e sem suporte em situações adversas.

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