- O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15%, devido à inflação alta e resiliência econômica.
- Essa decisão encarece e restringe o financiamento imobiliário, levando muitos a considerar esperar por uma possível queda da taxa no próximo ano.
- Economistas recomendam que compradores apliquem o valor da entrada em investimentos de renda fixa enquanto aguardam juros mais baixos.
- A dinâmica do mercado imobiliário pode permitir boas negociações, mesmo com juros altos, mas a queda da Selic pode aumentar a demanda e os preços dos imóveis.
- Para quem precisa de um imóvel imediatamente, financiar a taxas elevadas pode ser uma opção para garantir o preço do imóvel.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 15%, refletindo a inflação elevada e a resiliência econômica. Essa decisão torna o financiamento imobiliário mais caro e restrito, levando muitos a ponderar se devem esperar por uma possível queda da taxa, prevista para o início do próximo ano.
Economistas, como Adenauer Rockenmeyer, sugerem que aguardar a redução da Selic pode ser vantajoso. Ele recomenda que os compradores apliquem o valor da entrada em investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto ou CDBs, enquanto esperam por juros mais baixos. Contudo, essa estratégia envolve riscos, como a possibilidade de o imóvel desejado ser vendido antes da queda da taxa.
Filipe Pontual, da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), destaca que a dinâmica do mercado imobiliário pode oferecer boas oportunidades de negociação, mesmo com juros altos. Ele alerta que a queda da Selic pode aumentar a demanda por imóveis, elevando seus preços.
Para quem precisa de um imóvel imediatamente, financiar a taxas elevadas pode ser uma alternativa para sair do aluguel e garantir o preço do imóvel. Em áreas com muitos lançamentos, é possível negociar descontos com incorporadoras, que enfrentam desafios devido aos altos juros.
Impacto das Taxas de Juros
Rockenmeyer simulou os custos de financiamento de um imóvel de R$ 500 mil em três cenários de taxa de juros: a menor do mercado, de 7,64% ao ano; a média, de 10,24%; e a mais alta, de 12,44%. A diferença entre a melhor e a pior taxa pode resultar em um custo total que varia de R$ 949 mil a R$ 1,2 milhão, uma diferença de R$ 251 mil.
Além das taxas de juros, os compradores devem considerar custos adicionais, como impostos e taxas de registro, que também impactam o valor final do imóvel. Para aqueles que já financiaram, opções como portabilidade e negociação com bancos podem ser exploradas para ajustar as condições do contrato conforme a Selic diminui.