- Os títulos do Tesouro Nacional atrelados à inflação, conhecidos como Tesouro IPCA+, oferecem taxas de retorno entre 7% e 7,77% ao ano.
- Apenas três dos 20 títulos IPCA+ disponíveis na última década superaram 7% em mais da metade de seus dias de negociação.
- Títulos com vencimentos mais longos, como os de 2040, 2050 e 2060, apresentam as melhores taxas, com remunerações de IPCA + 7,12%, IPCA + 7% e IPCA + 7,20%, respectivamente.
- Especialistas alertam sobre a incerteza fiscal e a volatilidade do mercado, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando.
- A dívida bruta em relação ao PIB deve atingir 83,80% em 2026, e as taxas de juros devem permanecer elevadas, impactando a rentabilidade dos títulos IPCA+.
Os títulos do Tesouro Nacional atrelados à inflação, conhecidos como Tesouro IPCA+, estão oferecendo uma oportunidade rara para investidores, com taxas de retorno entre 7% e 7,77% ao ano. Segundo a Quantum Finance, apenas três dos 20 títulos IPCA+ disponíveis na última década superaram 7% em mais da metade de seus dias de negociação. Os papéis com vencimentos mais longos, como os de 2040, 2050 e 2060, apresentam as melhores taxas, com remunerações de IPCA + 7,12%, IPCA + 7% e IPCA + 7,20%, respectivamente.
Entretanto, especialistas alertam sobre a incerteza fiscal e a volatilidade do mercado, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. Carlos Lopes, economista do banco BV, destaca que, apesar de um cenário menos tenso atualmente, a dinâmica fiscal continua preocupante. O Relatório Mensal do Prisma Fiscal prevê que a dívida bruta em relação ao PIB deve atingir 83,80% em 2026, um aumento em relação aos 77,5% registrados em julho.
As expectativas do mercado indicam que as taxas de juros devem permanecer elevadas na próxima década, com a Selic projetada acima de 13%. Isso pode impactar o retorno dos títulos IPCA+, que, embora atualmente atrativos, podem perder parte de sua rentabilidade se o Banco Central decidir cortar a taxa básica de juros. Em agosto de 2023, o juro do Tesouro IPCA+ 2029 estava em 4,87%, enquanto em abril alcançou 7,96%.
Além da incerteza fiscal, a concorrência com outros investimentos, como debêntures incentivadas, também pressiona os juros para cima. Gabriel Santos, especialista da Bloxs, menciona que a proximidade das eleições pode aumentar a volatilidade do mercado, exigindo retornos mais altos dos investidores. Apesar dos riscos, analistas recomendam aproveitar as taxas reais acima de 7%, já que esses títulos protegem o poder de compra e oferecem um ganho real robusto para quem mantiver o investimento até o vencimento.