- A China anunciou a criação do visto K, destinado a profissionais estrangeiros nas áreas de ciência e tecnologia.
- O visto, oficializado em 22 de outubro, elimina a necessidade de patrocínio do empregador, facilitando o trabalho e a pesquisa no país.
- A medida visa atrair talentos, especialmente da Índia, em resposta às novas restrições dos Estados Unidos ao visto H-1B.
- O governo dos Estados Unidos impôs uma taxa de $ 100 mil para novos solicitantes do visto H-1B, que beneficia principalmente profissionais indianos.
- O visto K se soma a iniciativas como o Plano dos Mil Talentos, com o objetivo de fortalecer a autossuficiência tecnológica da China.
A China anunciou a criação do visto K, uma nova categoria destinada a profissionais estrangeiros nas áreas de ciência e tecnologia. O visto, que foi oficializado em 22 de outubro, elimina a necessidade de patrocínio por parte do empregador, permitindo maior liberdade para trabalho e pesquisa no país. Essa medida visa atrair talentos, especialmente da Índia, em um momento em que os Estados Unidos impõem novas restrições ao visto H-1B, que é amplamente utilizado por engenheiros indianos.
O governo dos EUA, sob a administração Trump, anunciou uma taxa de US$ 100 mil para novos solicitantes do visto H-1B, que historicamente tem beneficiado mais de 70% de profissionais indianos. Essa mudança abre espaço para que a China busque competir por esse contingente de talentos, reforçando sua estratégia de atrair profissionais qualificados.
Estratégia de Talentos
O visto K se junta a iniciativas já existentes, como o Plano dos Mil Talentos e o programa Qiming, que oferecem incentivos financeiros significativos para pesquisadores em áreas estratégicas, como semicondutores e inteligência artificial. O objetivo é fortalecer a autossuficiência tecnológica da China e consolidar sua posição como um polo global de inovação.
No entanto, especialistas alertam que a nova política pode não ser suficiente para atrair indianos que tradicionalmente buscam oportunidades no Vale do Silício. Barreiras culturais e a intensa rotina de trabalho, conhecida como “996” (das 9h às 21h, seis dias por semana), podem limitar o apelo da China, mesmo com salários competitivos.
Implicações Geopolíticas
A introdução do visto K é mais do que uma simples mudança migratória; é um sinal estratégico da intenção da China de se posicionar como um importador de talentos em um cenário global em que os EUA adotam uma postura mais protecionista. A disputa por engenheiros indianos reflete um deslocamento na geopolítica da tecnologia, com os EUA restringindo a entrada de profissionais, a Índia tentando reter seus talentos e a China buscando absorver esses profissionais qualificados.
A eficácia do visto K dependerá não apenas de incentivos financeiros, mas também da capacidade da China de criar um ambiente acolhedor para estrangeiros, um desafio que ainda persiste em sua estratégia de atração de talentos.