- O Brasil é o maior produtor mundial de soja, laranja e cana-de-açúcar e avança na edição genética de cultivos.
- A técnica CRISPR/Cas9 está sendo utilizada para aumentar a produtividade agrícola sem desmatamento.
- Pesquisas em andamento incluem variedades de soja tolerantes à seca e laranjas menos suscetíveis ao greening.
- A legislação atual facilita a regulação da edição genética, reduzindo custos em até setenta por cento.
- O Brasil se posiciona para liderar em inovação agrícola, com investimentos em pesquisa e legislação favorável.
Maior produtor mundial de soja, laranja e cana-de-açúcar, o Brasil avança na edição genética de cultivos, utilizando a técnica CRISPR/Cas9. Essa inovação promete aumentar a produtividade agrícola sem a necessidade de desmatamento ou conversão de pastagens.
Pesquisas em andamento incluem a Embrapa, que testa variedades de soja tolerantes à seca e com menor teor de lectina. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) cultiva mudas de laranja menos suscetíveis ao greening, uma doença devastadora. Além disso, a Embrapa Agroenergia desenvolve cana com maior teor de sacarose, enquanto outras unidades trabalham em melhorias genéticas para bovinos e peixes.
Avanços na Edição Genética
A edição genética é vista como o futuro da biotecnologia, permitindo a manipulação do DNA da própria espécie sem a introdução de material externo. Essa técnica, comparada a um “drone com GPS”, utiliza um RNA guia para localizar e modificar sequências de DNA. O processo pode resultar em características desejáveis, como resistência a doenças ou aumento de produtividade.
O uso do CRISPR/Cas9 torna a edição genética mais acessível, reduzindo o tempo de desenvolvimento de novas variedades de 10-15 anos para cerca de três anos. Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, destaca o potencial dessa tecnologia, que pode transformar o setor agrícola brasileiro.
Impacto da Legislação
A legislação atual simplifica a regulação da edição genética, permitindo que a maioria dos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Canadá e Argentina, não classifiquem os organismos resultantes como transgênicos. Essa mudança pode reduzir custos em até 70%, acelerando a introdução de novas variedades no mercado.
Com regras mais claras, instituições públicas, universidades e startups podem participar mais ativamente do setor de biotecnologia. Marcos Antônio Machado, ex-pesquisador do IAC, ressalta que a edição genética é uma técnica democrática, embora o desafio permaneça em identificar quais genes editar.
O Brasil, com investimentos em pesquisa e uma legislação favorável, está se posicionando para se tornar um líder em inovação agrícola, potencializando sua produção e reforçando sua importância no agronegócio global.