- A produção de cacau deve superar o consumo em 186.000 toneladas na temporada 2025/26.
- O aumento é impulsionado por melhores colheitas na América do Sul e uma queda na demanda global.
- O Equador espera um crescimento de 5% na produção, alcançando 580.000 toneladas.
- Os contratos futuros do cacau caíram cerca de 40% em 2023, devido à redução nas compras de chocolate.
- A produção na África Ocidental enfrenta desafios climáticos e doenças, com a Costa do Marfim mantendo uma produção estável de 1,8 milhão de toneladas.
A crise global do cacau está passando por uma transformação significativa, com a previsão de um superávit de 186.000 toneladas na temporada 2025/26. Essa mudança é impulsionada por melhores colheitas na América do Sul e uma queda na demanda, conforme estimativas de analistas da Bloomberg News.
Após anos de colheitas ruins na África Ocidental, que elevaram os preços do chocolate e causaram escassez, a produção sul-americana deve aumentar. O Equador, por exemplo, espera um crescimento de 5% na produção, alcançando 580.000 toneladas. Essa recuperação ajudará a reabastecer os estoques globais, que se esgotaram devido às dificuldades enfrentadas por países como Gana e Costa do Marfim, que enfrentam problemas climáticos e doenças nas plantações.
Os contratos futuros do cacau na bolsa de Nova York subiram mais de quatro vezes nos últimos três anos, atingindo um recorde em dezembro. No entanto, os preços caíram cerca de 40% em 2023, à medida que os consumidores reduzem suas compras de chocolate e os fabricantes buscam alternativas para cortar custos. Oran van Dort, analista do Rabobank, afirma que os preços devem continuar a cair no curto e médio prazo.
Melhora na Oferta
A recuperação da oferta de cacau é atribuída principalmente à América do Sul, onde os agricultores estão expandindo suas plantações. Em contrapartida, os produtores da África Ocidental, que recebem preços fixos, não se beneficiaram da alta do cacau. A produção na Costa do Marfim deve se manter estável em torno de 1,8 milhão de toneladas.
Os analistas observam que a demanda por cacau pode continuar a desacelerar, com fabricantes de chocolate comprando menos ou utilizando alternativas. O processamento de amêndoas caiu em regiões como Europa, Ásia e América do Norte, e novas quedas podem ser esperadas nos próximos trimestres.
Apesar das previsões otimistas, a produção na África Ocidental ainda enfrenta desafios significativos. O clima desfavorável e o envelhecimento das árvores continuam a ser riscos para a oferta, e as condições climáticas recentes não têm sido ideais para a produção na próxima temporada.