- A península de Setúbal, em Portugal, é famosa pela produção do moscatel de Setúbal e enfrenta desafios no setor vitivinícola.
- A região possui cerca de oito mil hectares de vinhas e produz cinquenta milhões de litros anualmente.
- Mais de oitenta por cento da produção é certificada, mas há uma crise de demanda devido a mudanças nos hábitos de consumo.
- Os produtores locais estão investindo em enoturismo para atrair novos consumidores e aumentar a notoriedade das marcas.
- A adega Venâncio da Costa Lima e outras vinícolas oferecem visitas guiadas e degustações para conectar visitantes à história da região.
Banhada pelos rios Sado e Tejo, a península de Setúbal, em Portugal, enfrenta desafios no setor vitivinícola. Conhecida pelo moscatel de Setúbal, a região busca reforçar sua identidade em um mercado global turbulento. Com cerca de 8.000 hectares de vinhas e uma produção anual de 50 milhões de litros, Setúbal é uma das 14 regiões de Portugal com denominação de origem (DO), destacando-se pela casta tinta castelão e a branca fernão-pires.
A Comissão Vitivinícola Regional, liderada por Henrique Soares, destaca que mais de 80% da produção é certificada, colocando Setúbal em posição competitiva no mercado nacional. Apesar do crescimento recente, a região enfrenta uma fase de estabilização e a necessidade de valorizar suas castas locais. Soares enfatiza que é crucial convencer os consumidores a pagarem mais pelos vinhos da região.
Além da valorização, a península lida com uma crise de demanda. Mudanças nos hábitos de consumo, especialmente entre as novas gerações, resultaram em excedentes que precisam ser geridos. Soares observa que a situação se agravou com tarifas impostas aos vinhos europeus nos Estados Unidos, um dos principais mercados de exportação.
Estratégias para o Futuro
Para contornar esses desafios, os produtores locais estão apostando no enoturismo. A região investe em experiências que conectam visitantes à história das vinícolas. A adega Venâncio da Costa Lima, por exemplo, oferece visitas guiadas e degustações a preços acessíveis. Outras vinícolas, como a Casa Ermelinda Freitas e a José Maria da Fonseca, também promovem atividades semelhantes.
Henrique Soares acredita que o enoturismo, embora ainda represente uma parcela pequena do faturamento, pode ser uma estratégia eficaz para aumentar a notoriedade das marcas. Com o crescimento do turismo em Portugal, as vinícolas estão percebendo o potencial de atrair novos consumidores e fortalecer sua presença no mercado.